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Cotidiano
Presidente do Senado disse que a legitimidade do vencedor do pleito deve ser reconhecida assim que for proclamado o resultado das urnas
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Rodrigo Pacheco | Marcos Oliveira/Agência Senado
Em meio a uma nova onda de ataques de Jair Bolsonaro (PL), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), saiu nesta quarta-feira (3) em defesa das urnas eletrônicas e disse que dará posse em 1º de janeiro ao chefe do Executivo que será eleito por intermédio delas.
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Pacheco também também pediu "pacificação dos ânimos" durante o período eleitoral e que o tom eleitoral seja "sério, baseado em verdades e boas propostas". Acrescentou que a legitimidade do vencedor do pleito deve ser reconhecida assim que for proclamado o resultado das urnas.
"Nesse momento em que enaltecemos a democracia no Brasil, que afirmamos a confiança na Justiça Eleitoral, do Poder Judiciário, que não terá representantes para disputar as eleições, diferentemente do Legislativo e do Executivo. É Poder Judiciário que incube cuidar das eleições através de um sistema eleitoral baseado nas urnas eletrônicas, de confiabilidade já apurada", afirmou durante pronunciamento na abertura da sessão do Senado.
"[Damos] a garantia à democracia brasileira, à sociedade brasileira, que no dia 1º de janeiro de 2023 aqui estaremos no Congresso Nacional a dar posse ao presidente da República eleito pelas urnas eletrônicas do nosso país, seja qual for o eleito. É essa a afirmação da democracia e é isso que é a expressão da vontade soberana do Congresso Nacional", completou.
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O presidente do Senado afirmou que as urnas são motivo de "orgulho nacional" e que ele tem plena confiança no sistema eleitoral brasileiro.
O senador mineiro, no entanto, afirmou que as eleições se mostram um "momento desafiador da história nacional" e por isso pediu aos cidadãos e, em particular aos agentes públicos, apaziguamento.
"Reitero o apelo de pacificação e de contenção de ânimos, e dirijo-o especialmente aos agentes do Estado e aos candidatos nas eleições que se aproximam. O que faz uma nação é um conjunto de valores e ideias que nos unem. Voltemos, portanto, a discutir ideias", afirmou.
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"Que nossos esforços sejam direcionados para buscar soluções que tragam prosperidade para o país. Que o debate político tenha o escopo de garantir dignidade para a nossa população. Que o tom eleitoral seja sério, baseado em verdades e boas propostas", completou.
A fala de Pacheco acontece um dia após Bolsonaro ter atacado ministros do Supremo Tribunal Federal e novamente, sem fundamentos, ter levantado dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro, em particular as urnas eletrônicas.
Em entrevista a uma rádio, na terça-feira (2), o presidente da República afirmou que o presidente do STF Luiz Fux deveria ser investigado pois divulgou fake news ao defender o sistema de urnas eletrônicas.
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Na primeira sessão do Supremo após o recesso de julho, na segunda-feira (1º), Fux disse que a democracia brasileira "conta com um dos sistemas eleitorais mais eficientes, confiáveis e modernos de todo o mundo", declaração contestada por Bolsonaro.
Durante a mesma entrevista, o presidente novamente divulgou informações falsas sobre o sistema de urnas eletrônicas, pelo qual se elegeu durante toda a sua carreira pública. Menosprezou a quantidade de países que utilizam as urnas, indicando que se tratavam apenas de países em desenvolvimento, citando o Butão e Bangladesh.
De acordo com uma nota do TSE no ano passado, esses equipamentos são utilizados em outros países, como em parte da França e dos Estados Unidos.
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O chefe do Executivo lançou nas últimas semanas uma nova onda de ataques contra as urnas eletrônicas, a três meses das eleições. A última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, mostrou um cenário de estabilidade, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando a corrida, com 18 pontos de vantagem sobre Jair Bolsonaro.
Há duas semanas, o presidente também realizou uma apresentação a dezenas de embaixadores estrangeiros no Palácio do Alvorada, na qual repetiu teorias da conspiração sobre urnas eletrônicas, desacreditar o sistema eleitoral, promover novas ameaças golpistas e atacar ministros do Supremo.
O chefe do Executivo concentrou na ocasião suas críticas nos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso.
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Fachin é o atual presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Barroso presidiu a corte eleitoral, e Moraes deve comandar o tribunal durante as eleições.
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