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Cotidiano

Pais e mães se unem por volta de parquinhos no Parque da Aclimação

para as crianças. Áreas infantis foram fechadas em setembro de 2018 após confirmação de contaminação dos tanques de areia

Bruno Hoffmann

11/05/2019 às 01:00

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Membros do movimento Mães e Pães da Aclimação em uma das áreas de recreação infantil fechadas em setembro do ano passado

Membros do movimento Mães e Pães da Aclimação em uma das áreas de recreação infantil fechadas em setembro do ano passado | /FOTOS: THIAGO NEME/GAZETA DE S. PAULO

Os pais que frequentam o Parque da Aclimação não podem mais levar os seus filhos às áreas infantis do espaço público da zona sul da Capital. Desde setembro de 2018, a Prefeitura de São Paulo fechou o acesso a três áreas infantis após um laudo da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) mostrar que os tanques de areia dos parquinhos estavam contaminados com urina e fezes de gatos. O problema se arrastou e, em março deste ano, apenas uma das áreas foi entregue. Um grupo de frequentadores então decidiu criar o Mães e Pais da Aclimação, um movimento para pedir a reabertura dos outros dois playgrounds.

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Uma das criadoras, a jornalista Paula Chrispiniano - mãe de dois filhos, de 8 e 3 anos - diz que o Mães e Pais da Aclimação apresentou algumas soluções à administração do parque e à SVMA. Entre as pedidos estavam a troca da areia dos tanques, a manutenção diária dos ambientes, a cobertura dos tanques durante a noite para evitar a presença de gatos e a criação de um programa de castração e de adoção responsável dos felinos. Nada, porém, segundo ela, foi colocado em prática.

A prefeitura, por sua vez, anunciou em março que uma Emenda Parlamentar, no valor de R$350 mil, vai ser usada para substituição total da areia dos locais por um piso emborrachado, além da reforma dos brinquedos. A proposta não foi bem vista.

"A gente acha que a reforma não é a solução. Não é má vontade ou oposição por oposição. Primeiro porque vamos perder os tanques de areia, segundo que não tem um projeto para diminuir a população de gatos, e, por fim, não dá para conceber um parque público que assuma oficialmente não haver manutenção".

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De acordo com o educador Anderson Portilho, pai de duas crianças, de 3 e 5 anos, a substituição da areia por um piso emborrachado não é o ideal para os pequenos. "Tirar o contato das crianças com a areia vai contra as pesquisas sobre os benefícios de colocarem a mão na areia. Não precisamos de alto investimento, mas que o parque seja devolvido como era".

O educador explica que o fechamento não afeta apenas os mais jovens, mas também os idosos que costumavam levar os seus netos ao parque. "Era uma opção muito rica para os idosos saírem de casa, para a convivência deles, e isso está perdido há um bom tempo".

MANUTENÇÃO.

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O produtor cultural Marcos Grossi mora há 18 anos em frente ao Parque da Aclimação, e sentencia: "Nunca vi abandonado desse jeito". Ele tem três filhos, de 30, 18 e 10 anos, e os dois mais jovens cresceram dentro das áreas infantis do parque. "É muito triste ver a situação atual".

Já a naturóloga Giovanna Carnetti, mãe de um menino de 4 anos, reclama que o fechamento dos parquinhos prejudicou a convivência de seu filho com outras crianças. "No meu prédio não tem criança, então meu filho fica sozinho. E aqui ele brincava o dia todo e tinha um monte de amigos".

Paula destaca que o fechamento das áreas afeta toda a região. "Este é um bairro de classe média, mas há também crianças mais carentes dos bairros em volta que não têm a possibilidade de morar em um condomínio com playground e ficam trancadas, vendo só eletrônicos".

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Para Sandra Morales, psicóloga peruana que vive no Brasil há 6 anos, é péssimo que sua filha de 4 não tenha mais o espaço, já que ainda não vai para a escola. "Ela acaba querendo subir em equipamentos de fazer esporte para adultos. É uma pena perder essa opção de lazer".

OUTRO LADO.

Em nota enviada à Gazeta, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) informou que o projeto de revitalização do parque será apresentado nas próximas semanas para o Conselho Gestor e a Associação de Mães e que a emenda parlamentar destinada à obra, no valor de R$ 350 mil, prevê a substituição total da areia por um piso intercalado fixo, além da reforma dos brinquedos.

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Ainda segundo a prefeitura, o projeto atende a normas técnicas que consideram o piso emborrachado atenuador de impacto para a maior parte dos brinquedos e com baixa possibilidade de contaminação, que seriam vantagens em relação à areia.

O prazo para a entrega da obra é de dois meses a partir da finalização do processo de licitação. Ainda segundo a prefeitura, atualmente, um dos playgrounds já recebeu manutenção e encontra-se aberto à população.
(Bruno Hoffmann)

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