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Cotidiano

Pátria armada Brasil

25/06/2019 às 01:00

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Nilton Tatto
COLABORADOR

Nilton Tatto COLABORADOR | /Divulgação

Segundo o Monitor da Violência, o Brasil lidera o ranking internacional de mortes por armas de fogo, com aproximadamente 60 mil assassinatos em apenas um ano. Esta triste realidade se revela diariamente na violência contra a mulher; indivíduos LGBTI; jovens negros e periféricos; povos indígenas e quilombolas, além de trabalhadores rurais e sem Terra, para citar apenas alguns grupos mais atingidos.

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Em 2017 foram registrados no País ao menos 60 mil estupros (onde armas de fogo são fortes elementos de coerção). De acordo com a ONU Mulher, o Brasil figura entre os cinco países com maiores taxas de feminicídios - em média, são 12 mulheres assassinadas todos os dias, uma a cada duas horas, a maioria no interior de seus lares. A homofobia, lesbofobia ou transfobia também gera vítimas fatais - foram 347 casos de homicídios de pessoas LGBTI nos 10 primeiros meses de 2018.

Nas periferias dos grandes centros as vítimas são as mesmas de 500 anos atrás - a juventude negra. De acordo com a CPI sobre o Assassinato de Jovens que tramitou na última legislatura no Senado Federal, todos os anos mais de 23 mil jovens negros são assassinados, uma média de 63 por dia, ou um a cada 23 minutos. Além destes tristes números, é preciso lembrar que mortes por armas de fogo são uma realidade também no campo, geralmente ligadas à conflitos fundiários, seja em territórios indígenas e quilombolas ou em acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária.

Somam-se às vítimas humanas, os crimes contra os animais, que atingem inclusive espécies ameaçadas de extinção. Não é difícil supor que ampliar o acesso às armas intensificaria todos estes conflitos e ampliaria o já estarrecedor número de mortes. No entanto é justamente neste cenário de violência covarde que Jair Bolsonaro editou, em 7 de maio, um decreto flexibilizando a posse de armas, rejeitado pelo Senado Federal, mas que ainda será deliberado na Câmara.

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Se havia alguma desconfiança de que o Presidente da República é elitista, racista, machista, homofóbico e sem compromisso com a vida animal, este decreto já não deixa dúvidas.

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