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Cotidiano

Paulo Guedes promete zerar IPI em segundo mandato de Bolsonaro

Ministro da Economia também prometeu mudar o peso dos custos sobre as empresas

Maria Eduarda Guimarães

28/06/2022 às 13:04  atualizado em 28/06/2022 às 13:14

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O presidente Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes

O presidente Bolsonaro e o ministro da Economia Paulo Guedes | Pedro Ladeira/Folhapress

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (28) que, caso Jair Bolsonaro (PL) seja reeleito, acabará com impostos que incidem sobre a produção, principalmente o IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados).

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Guedes prometeu ainda mudar o peso dos custos sobre as empresas. Disse que fará com que 100% dos investimentos realizados para aquisição de máquinas e equipamentos sejam depreciados imediatamente antes da incidência do Imposto de Renda - hoje essa depreciação é descontada ao longo dos anos.

Bolsonaro já afirmou que, se voltar ao cargo para um segundo mandato, deixará Guedes no comando da pasta novamente.

"Estamos comprometidos a acabar com os impostos que acabam com a capacidade produtiva do país", disse Guedes. "Nossa ideia é acabar com o IPI. Ele desindustrializou o Brasil. Baixamos de 35%. Se continuarmos, vamos baixar a zero."

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As declarações foram dadas nesta terça-feira (28) durante a abertura do evento Painel Telebrasil, promovido pela Conéxis, a associação das empresas de telecomunicações.

Embora não tenha conseguido aprovar uma reforma tributária neste mandato, o ministro também prometeu pôr fim a todos os impostos indiretos que, segundo ele, "atingem a população mais frágil e prejudicam o país".

Ele adotou um tom político ao se dirigir à plateia: "Não se deixem influenciar pelos pescadores de águas turvas, os que se aproveitam das crises para fazer política independente do que sejam as ambições do povo brasileiro".

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As promessas aos empresários acontecem ao mesmo tempo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto, tem intensificado seus contatos com presidentes de empresas e outros representantes da sociedade civil.

O ministro, que falou por quase uma hora, afirmou que não conseguiu levar adiante a reforma tributária - que reduziria o impacto dos tributos sobre a a cadeia produtiva e o emprego - porque o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia exigia "quase meio trilhão de reais" para os estados como compensação por possíveis perdas de arrecadação.

"Tínhamos acabado de dar R$ 269 bilhões de Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica] para municípios, R$ 70 bilhões de Lei Kandir [previa ressarcimento em exportações], R$ 20 bilhões de cessão onerosa [reservas de petróleo antes exclusivas da Petrobras] e R$ 150 bilhões contra a Covid", disse. "Demos meio trilhão e ainda vou dar mais meio trilhão? Só se eu fosse irresponsável. Eu disse: ´A conta acaba aqui´".

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A reforma não avançou no Congresso, onde os estados, de fato, tentam barrar perdas de arrecadação.

Contrariando as previsões do mercado financeiro, que sinalizam com queda do PIB em 2023 e até recessão, Guedes afirmou que a economia deve crescer 1,7% no próximo ano.

O chefe da pasta disse que, ao contrário dos demais países, que devem entrar em recessão, o Brasil se recuperou em "V" e agora deve funcionar como ímã de investimentos privados.

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Segundo Guedes, a secretária do Tesouro dos EUA disse que EUA e Europa só terão sucesso na retomada se contarem com fornecedores de insumos mais próximos.

Em vez de buscá-los na China, terão de escolher "nações amigas", e o Brasil será o único em posição estratégica.

A China e a Rússia, segundo a análise do ministro, não seriam amigáveis.

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O ministro disse que está convencido de que o Brasil está no caminho certo que busca o caminho da distribuição de renda por meio da entrada de capitais privados e da liberdade às empresas, ao contrário da Argentina, que segue em uma "rota de empobrecimento", e da Venezuela.

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