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Cotidiano

Paulo Preto tinha 'bunker' com R$ 100 milhões

LAVA JATO. Procurador afirma que 'bunker' da fortuna do ex-diretor da Dersa é maior que o de Geddel Vieira Lima

20/02/2019 às 01:00

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Ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, operador do PSDB, foi preso preventivamente

Ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, operador do PSDB, foi preso preventivamente | /José Cruz/Arquivo/Agência Brasil

O procurador da República Roberson Pozzobon, da força- tarefa da Operação Lava Jato, afirmou nesta terça-feira que o "bunker" da fortuna do ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, operador do PSDB, corresponde ao dobro do tamanho e da riqueza do "bunker" do ex-ministro Geddel Vieira Lima (governo Temer).

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Em setembro de 2017, a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões em notas de R$ 100 e R$ 50 e em dólares em caixas e malas em um apartamento usado por Geddel, em Salvador. O local ficou afamado como o "bunker" de Geddel, que está preso desde setembro de 2017. Paulo Vieira detém um tesouro que supera a casa dos R$ 100 milhões, diz a Operação Ad Infinitum, fase 60 da Lava Jato deflagrada nesta terça. Ele foi preso preventivamente, por ordem da juíza federal Gabriela Hardt. O ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira (governo Temer/Relações Exteriores) foi alvo de buscas. Paulo Vieira de Souza estava em recolhimento domiciliar integral e monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica. A decisão havia sido tomada pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro de 2018. O ex-diretor da Dersa é investigado pela Lava Jato Paraná como operador financeiro do esquema de lavagem de dinheiro em favor da empreiteira Odebrecht.

"Paulo Preto possuía um grande volume de recursos em espécie no Brasil. Segundo Adir Assad relatou, ele pretendia remeter esses valores ao exterior e fez isso com essa operação casada para a Odebrecht", afirmou o procurador Pozzobon.

O procurador se impressionou com tanto dinheiro. "Adir Assad revelou que Paulo Preto possuía entre cerca de R$ 100 milhões e R$ 110 milhões no Brasil, em espécie, em notas. Imaginem o volume desse dinheiro. É muito volume."

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Pozzobon destacou que a dinheirama estava acondicionada em dois endereços.

"Estava acondicionado em uma residência em São Paulo e também num apartamento que, segundo revelado por Adir Assad, era local onde Paulo Preto tinha um bunker para guardar as propinas. Nos remete aqui o bunker conhecido como bunker de Geddel, da família Geddel, foi alvo de uma fotografia e escandalizou a população brasileira muito recentemente. Se formos levar em consideração, talvez o bunker de Paulo Preto tivesse o dobro do dinheiro do bunker de Geddel."

A Lava Jato afirma que Paulo Vieira de Souza disponibilizou, a partir do segundo semestre de 2010, R$ 100 milhões em espécie a Adir Assad no Brasil. Este, por sua vez, entregou os valores ao Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, aos cuidados do doleiro Álvaro José Novis - que fazia pagamentos de propinas, a mando da empresa, para vários agentes públicos e políticos, inclusive da Petrobras.

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Em depoimento, Adir Assad contou que "retirava o dinheiro vivo com Paulo Vieira de Souza em uma casa situada no bairro da Vila Nova Conceição, em São Paulo". Adir Assad controlava a empresa Rock Star no esquema de lavagem.

Vieira de Souza já é réu de duas ações penais da Lava Jato em São Paulo. No processo que trata de desvios de R$ 7,7 milhões em obras de reassentamento do Rodoanel, Aloysio Nunes foi arrolado como testemunha de defesa de Tatiana, filha de Paulo, também ré na ação.
(EC)

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