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Após pagar a fiança, o agente segue sendo investigado em liberdade
13/04/2022 às 14:13 atualizado em 13/04/2022 às 15:29
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Policial Militar de SP | Reprodução
O policial militar investigado por matar uma pessoa e ferir outras duas após reagir a uma tentativa de assalto foi solto após pagar uma fiança de R$ 10 mil, segundo informado pela Secretaria Estadual da Segurança Pública nesta quarta-feira (13).
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O caso ocorreu na noite da segunda-feira (11). Um tenente do 14º Batalhão da PM, do interior paulista, estava em sua moto, fora de serviço, e foi abordado por um suspeito de 19 anos. O jovem se aproximou com uma arma de brinquedo.
O policial reagiu e atirou três vezes. Um dos disparos atingiu a estudante Ingrig Reis Santos, que passava pelo local para levar uma chave até o comércio do pai, a cerca de 30 metros de distância. Ela morreu antes que socorristas chegassem à rua Vitória, onde houve a tentativa de roubo.
Além da estudante, uma vendedora também foi ferida, no abdômen, mas sem gravidade. Ela teve alta no mesmo dia do crime.
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Já o suspeito que abordou o PM foi baleado na região das nádegas. Mesmo assim, conseguiu fugir correndo, mas foi localizado na Santa Casa de Misericórdia, onde ainda permanece sob escolta policial, acrescentou a SSP.
Desde terça-feira, a reportagem tenta contato com a defesa do policial, mas, até o momento, não localizou nenhum advogado.
O corpo de Ingrid foi velado na manhã desta quarta no cemitério da Vila Formosa, na zona leste, onde ela também foi sepultada.
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O oficial da PM, lotado na região de Registro (a 188 km da capital), foi indiciado por homicídio culposo, ou seja, sem intenção.
A vendedora ferida afirmou à Folha, na terça, que estava acompanhada do namorado quando passou pelo local.
Segundo a mulher, o policial estava aparentemente transtornado e teria apontado a arma na direção dela após os disparos. A PM foi questionada sobre esse comportamento, mas não se manifestou.
O policial não teria mencionado o fato de ter ferido as duas vítimas quando acionou o 190. Quando isso lhe foi questionado, no DHPP, ele se negou a falar e também não assinou o interrogatório. "Do mesmo modo, o indiciado não demonstrou qualquer tipo de remorso ou arrependimento", diz trecho de documento do departamento de homicídios.
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Ingrid foi ferida perto do comércio do pai, uma lanchonete que fica na avenida Rio Branco. O local amanheceu na terça-feira com as portas fechadas e cartazes com a palavra luto.
O comerciante Gil Cristiano, 35, afirmou, logo após o sepultamento da sobrinha, nesta quarta, que a família está ciente da soltura do policial. "A gente vai ainda conversar entre si sobre isso. Agora não é o momento de pensar nisso", afirmou.
Ingrid era a filha do meio e fazia curso técnico de administração na Etec (Escola Técnica Estadual), na Santa Ifigênia, também no centro.
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A SSP afirmou que o caso segue sob investigação do 3º DP (Campos Elíseos) e do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa.
A PM acompanha os desdobramentos da investigação.
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