Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Deputado Arthur do Val, o 'Mamãe Falei', já levou advertência por chamar colegas de 'vagabundos'; na quinta, ele provocou briga | REPRODUÇÃO/TV ALESP
O clima de polarização que tomou conta da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) já resultou em 19 denúncias ao Conselho de Ética da Casa desde o início do ano. Segundo a presidente do colegiado, deputada Maria Lúcia Amary (PSDB), duas delas já resultaram em advertências verbais a Douglas Garcia (PSL) e Arthur do Val, o "Mamãe Falei", atualmente sem partido após ser expulso do DEM. Nesta quarta, 4, ele repetiu o mesmo termo pelo qual havia sido punido ao xingar servidores públicos de "vagabundos", provocando uma briga generalizada.
Continua depois da publicidade
"Levanta a mão quem é machão. Levanta a mão do líder sindical aí. Quem é líder sindical aí? Levanta a mão. Tá com medo? Quero ver me encarar, ô líder sindical. Eu quero pegar você. Eu quero pegar você, que toma o dinheiro dos trabalhadores. Bando de vagabundo", discursou o deputado. Em seguida, o plenário foi invadido por um grupo de parlamentares e apoiadores, com o deputado Teonílio Barba (PT) à frente.
As cenas que rapidamente invadiram as redes sociais mancham duramente a imagem da Alesp, que deu um "péssimo exemplo de democracia", segundo Maria Lúcia, e requerem medidas firmes da Casa. Ela afirmou que espera receber nesta quinta-feira, 5, denúncias de parlamentares de ambos os lados para logo instaurar procedimentos no conselho que podem resultar em novas punições a Arthur do Val e outros
deputados.
De acordo com Maria Lúcia, desde 1999 que o Conselho de Ética da Alesp arquiva todas as denúncias feitas ao colegiado. "E não podemos permitir esse corporativismo. Todas as denúncias agora são discutidas e encaminhadas para que se possa dar o parecer de um relator. É uma questão de moralidade, não se pode arquivar pura e simplesmente. Não é possível que em 20 anos não tenha acontecido nada."
Continua depois da publicidade
Mamãe Falei e Barba chegaram a erguer os punhos, indicando que trocariam socos em plena tribuna. Em seguida, o petista foi puxado pelo paletó e afastado, enquanto a sessão se transformou em uma confusão generalizada.
Mas o clima já estava quente antes mesmo da fala de Arthur. Isso porque Enio Tatto (PT) havia acusado, minutos antes, a deputada Janaina Paschoal (PSL) de "sentar no colo do governador João Doria (PSDB)", em referência ao apoio dela à reforma previdenciária elaborada pelo governo estadual e em pauta na sessão.
"Sem radicalização"
Continua depois da publicidade
Diante do baixo nível das declarações, o presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB), chegou a interromper a fala de Arthur, após diversas provocações direcionadas à plateia, e pediu que o deputado não usasse mais termos como "vagabundo". Mas não cortou o áudio, o que gerou revolta em parlamentares da oposição. (EC)
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade