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Cotidiano
O senador Randolfe Rodrigues, por exemplo, pediu 'investigação rigorosa' e disse que a luta em defesa da Amazônia 'perdeu duas pessoas corajosas'
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Congresso Nacional, em Brasília | Rubens Chaves/Folhapress
Políticos brasileiros pediram "respostas" e "investigação rigorosa" sobre o caso do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. Os dois estão desaparecidos desde o dia 5 de junho na região do Vale do Javari, oeste do Amazonas.
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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu "investigação rigorosa". O parlamentar disse que a luta em defesa da Amazônia "perdeu duas pessoas corajosas".
O político também enviou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um pedido de criação de uma Comissão Externa para apurar o caso. Segundo Randolfe, o grupo será responsável por investigar também "o aumento da violência na Amazônia e os ataques às pessoas e associações que trabalham em defesa do Meio Ambiente".
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse que Bolsonaro "é o responsável e haverá de pagar". O político disse que o Estado "vai empilhando mortes e dores" em um clima de "ódio, golpismo, matança, armas, desprezo pela vida, milícias e omissão intencional".
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"Mais de 668 mil na pandemia, Genivaldo no SE e agora a tragédia no Amazonas, ainda sem solução", escreveu no Twitter.
Nesta segunda-feira (13), a mulher do jornalista disse ao canal GloboNews que dois corpos foram encontrados na região em que Dom e o indigenista Bruno Pereira desapareceram. A família de Dom Phillips no Reino Unido também disse ter sido informada, de acordo com o jornal inglês The Guardian.
As autoridades, no entanto, não confirmam a informação. Em nota, a Polícia Federal afirma que "não procedem as informações que estão sendo divulgadas a respeito de serem encontrados os corpos de Bruno Pereira e Dom Phillips". Ainda de acordo com a nota da PF, "conforme já divulgado, foram encontrados materiais biológicos que estão sendo periciados e os pertences pessoais dos desaparecidos".
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A ex-senadora Marina Silva (Rede) pediu amparo de Deus às famílias de Dom e Bruno "neste momento de tanta dor". Para ela, é necessária uma resposta rápida "com a identificação e punição judicial dos culpados".
"A área, os povos isolados e seus aliados devem e precisam ser protegidos pelo Estado brasileiro", escreveu.
O pré-candidato à Câmara dos Deputados Guilherme Boulos (PSOL-SP) disse que "o provável assassinato" do indigenista e do jornalista na Amazônia tem "digital de Jair Bolsonaro". O político também prestou solidariedade aos familiares e a "todas e todos que seguem resistindo ao lado dos povos indígenas no país".
O caso
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Bruno Pereira e Dom Phillips sumiram em Atalaia do Norte, próximo à Terra Indígena Vale do Javari, uma reserva que sofre com disputas entre tráfico de drogas, madeiras e garimpo ilegal. Um suspeito foi preso e quatro testemunhas foram ouvidas.
Os dois foram vistos pela última vez por volta das 7h do dia 5, a bordo de um barco, e sumiram no trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte (AM), onde eram aguardados por duas pessoas ligadas à Univaja. Após um atraso de mais de duas horas na chegada da dupla, as buscas começaram.
Bruno trabalhava com ribeirinhos e indígenas da região, afetada pela ação de invasores. Segundo testemunhas, sofria ameaças constantes de garimpeiros, madeireiros e pescadores que atuavam em terras indígenas e, por isso, a falta de contato após um dos deslocamentos foi vista com bastante preocupação.
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Em carta reproduzida pelo jornal O Globo, pescadores prometeram "acertar contas" com o indigenista. Segundi Yura, Bruno sofria ameaças desde quando foi coordenador da Funai em Atalaia do Norte. "Eram ameaças diretas, não mais veladas como acontecia outrora."
O MPF (Ministério Público Federal), que abriu investigação do caso, acionou Polícia Federal, Polícia Civil, Força Nacional e Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari.
Paulo Barbosa da Silva, coordenador-geral da Univaja, disse que o repórter inglês fotografou invasores armados que ameaçavam indígenas. Segundo ele, esses homens seriam ligados a Amarildo Pereira, conhecido como Pelado, preso em flagrante na terça-feira (7) por posse de drogas e de munição de uso restrito e apontado como suspeito de envolvimento no sumiço. A defesa de Amarildo nega envolvimento dele com o desaparecimento.
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