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Cotidiano

Poluição aumenta risco de demência, aponta estudo

Além do Alzheimer, a demência vascular pode ter uma ligação ainda mais forte com os poluentes

Yasmin Gomes

31/07/2025 às 20:30

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Segundo o estudo, quanto maior for a exposição a certos tipos de poluentes, maior o risco de desenvolver demência

Segundo o estudo, quanto maior for a exposição a certos tipos de poluentes, maior o risco de desenvolver demência | Lalo de Almeida/Folhapress

O novo estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Cambridge e publicado nesta segunda-feira (28/7) concluiu que a poluição do ar pode estar diretamente ligada ao aumento do risco de demência em adultos, incluindo a doença de Alzheimer.

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A pesquisa, publicada na revista científica The Lancet Planetary Health, reuniu dados de 51 estudos anteriores, envolvendo mais de 29 milhões de pessoas em quatro continentes.

Poluentes

Segundo o estudo, quanto maior for a exposição a certos tipos de poluentes, maior o risco de desenvolver demência, principalmente os tipos causados por processos inflamatórios no cérebro.

Dos poluentes testados, três se destacaram pela forte associação com a doença:

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  • Material particulado fino (PM2,5): são partículas microscópicas (com menos de 2,5 micrômetros de diâmetro) que podem ser inaladas profundamente pelos pulmões. Estão presentes em emissões de veículos, fogões a lenha, usinas e reações químicas no ar. Para cada aumento de 10 microgramas por metro cúbico de PM2,5, o risco de demência sobe 17%.
  • Dióxido de nitrogênio (NO): gás gerado principalmente por motores a diesel, emissões industriais e aquecedores a gás. Um aumento de 10 microgramas por metro cúbico eleva o risco de demência em 3%.
  • Fuligem (black carbon): subproduto da queima incompleta de combustíveis, também associada ao trânsito e ao uso de madeira. A cada um micrograma por metro cúbico a mais no ar, o risco de demência sobe 13%.
  • Essas substâncias podem atingir o cérebro direta ou indiretamente, desencadeando inflamações e estresse oxidativo, dois processos biológicos já conhecidos por sua ligação com doenças neurodegenerativas.

Para os autores do estudo, a poluição do ar deve ser tratada como algo que pode ser prevenido com mudanças políticas e sociais.

“Prevenir a demência não é responsabilidade exclusiva da saúde pública. Urbanismo, transporte e regulação ambiental também precisam estar envolvidos”, diz Christiaan Bredell, primeiro autor do estudo e pesquisador da Universidade de Cambridge.

A coautora Clare Rogowski reforça que políticas mais rigorosas de controle de poluentes são urgentes. “Limites mais restritivos sobre setores como o transporte e a indústria podem ajudar a reduzir o impacto da demência na sociedade.”

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O estudo também observou que, além do Alzheimer, a demência vascular (causada por redução do fluxo sanguíneo no cérebro) pode ter uma ligação ainda mais forte com os poluentes.

Impacto global

A demência afeta mais de 57 milhões de pessoas no mundo. A expectativa, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é que esse número quase triplique até 2050.

Os autores do estudo ressaltam que a maioria dos dados analisados veio de países desenvolvidos, com populações majoritariamente brancas. No entanto, populações negras e comunidades periféricas tendem a viver em regiões com maior exposição à poluição.

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“Precisamos de mais pesquisas que incluam esses grupos, especialmente em países de baixa e média renda, onde os riscos podem ser ainda maiores”, alertou a professora Haneen Khreis, coordenadora do estudo.

* Texto sob supervisão de Matheus Herbert 

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