A+

A-

Alternar Contraste

Sexta, 13 Dezembro 2024

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

População aprova comércios sob viadutos

NA ZONA OESTE. Projeto de concessão de espaço abaixo de viadutos é visto com bons olhos por entrevistados pela Gazeta

15/06/2019 às 01:00

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Ponte avenida Pompeia

Ponte avenida Pompeia | /Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo

Na semana passada, a Prefeitura de São Paulo anunciou que quer transferir no segundo semestre as áreas abaixo dos viadutos Lapa, Pompeia e Antártica, na zona oeste, para a iniciativa privada. Todas os espaços deverão receber comércio, limpeza fixa, câmeras e banheiros. O permissionário também deve realizar atividades abertas à população. Haverá uma espécie de leilão para escolher a empresa que terá direito de usar os espaços.

Continua depois da publicidade

Os valores pagos mensalmente pelo permissionários deverão ser diferentes em cada viaduto. O valor é de R$ 7 mil no Pompeia, R$ 13 mil no da Lapa e R$ 19 mil no Antártica. Até 80% desse valor deve ser revertido para realização de atividades culturais, esportivas e de lazer à população.

A reportagem da Gazeta esteve nos três viadutos que a prefeitura pretende conceder o espaço para a iniciativa privada. As visitas foram realizadas em dias de semana.

O viaduto da Lapa fica ao lado do Terminal Lapa e do Mercado Municipal da Lapa e próximo a duas estações da CPTM, com grande movimentação diária de pessoas. De acordo com José Trindade Celis, de 72 anos e que mora próximo ao viaduto, a novidade é considerada ótima.

Continua depois da publicidade

"Eu defendo radicalmente [a concessão dos espaços]. Há um espaço enorme abaixo do viaduto, Lapa de Baixo, que pode ser usada como uma área de convivência para idosos. O bairro tem muitos idosos, e se pode criar um lugar para eles jogarem dominó, aprenderem dança, fazerem esportes", diz José, que trabalha como relações públicas.

Por sua vez, Luiz Rodolfo Dalmas, que trabalha em um box do Mercado da Lapa há 24 anos, também acha importante a revitalização, mas teme pelo fim do estacionamento do mercado, que fica exatamente abaixo do viaduto. "Eu sou a favor da revitalização. A minha preocupação é justamente desocupar essa parte de estacionamento para fazer outra coisa e o cliente do mercado não ter um espaço para parar o carro. Este é um estacionamento administrado pela associação do mercado e é relativamente barato [R$ 5 a hora para clientes]".

OUTROS VIADUTOS.

Continua depois da publicidade

A área em volta do viaduto Antártica também é bem movimentado. A estrutura está próxima da avenida Sumaré, do Shopping West Plaza e do Parque da Água Branca, além de ser caminho dos torcedores do Palmeiras que descem na estação Palmeiras-Barra Funda do Metrô e da CPTM e vão ao Allianz Parque. Há também shows musicais no estádio.

O comunicador Ciro Torrente, morador de Perdizes, acredita que a ideia, inicialmente, é boa. "Passo quase todo dia por baixo do viaduto Antártica para ir ao metrô [Palmeiras-Barra Funda]. O lugar é feio e descuidado. Qualquer ideia para melhorar o cenário é bem-vinda", explica, em entrevista dada quando foi anunciado o projeto.

O que tem menos circulação de pessoas é o viaduto Pompeia, apesar de estar próximo a importantes instituições e pontos comerciais, como o Shopping Bourbon, o Allianz Parque e a avenida Pompeia. Do outro lado do viaduto há uma unidade do Playball (campos de futebol society) e do bairro planejado Jardins das Perdizes. A parte de baixo do viaduto, porém, não costuma ser caminho à pé para nenhum desses pontos do bairro

Continua depois da publicidade

O projeto paulistano é inspirado em outro lançado em setembro do ano passado em Buenos Aires, capital da Argentina, aprovado por 41 votos a favor, 17 contrários e uma abstenção.

No caso portenho, a intenção inicial é a de transformar as áreas sobre a autopista 25 de Mayo, que atravessa boa parte da área urbana da cidade - e é comparada a uma "cicatriz" pelos argentinos - em uma região com lojas, restaurantes, áreas de atividades ao ar livre e banheiros públicos.

Setenta e cinco lotes devem ser entregues à iniciativa privada. Quem ganhar a licitação terá a obrigação de construir e manter esses bens à população. Esses locais, hoje, são conhecidos por serem inseguros, pouco movimentados e com serventia apenas a estacionamentos de quem trabalha às fábricas em volta. (Bruno Hoffmann)

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados