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Operação na Praça Princesa Isabel | Danilo Verpa/Folhapress
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), sancionou nesta quarta-feira (15) a lei que permite o cercamento da praça Princesa Isabel, no centro da cidade. Conforme adiantado pela Gazeta, o local será transformado em um parque. A decisão ocorre dias após o início na intensificação de operações policiais executadas com o objetivo de descentralizar a cracolândia, que funcionava há anos na região.
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A Praça Princesa Isabel, é delimitada pelas avenidas Duque de Caxias e Rio Branco e pelas ruas Helvétia e Guaianases e, segundo a prefeitura, a proteção da área era uma demanda antiga dos moradores da região. A proposta do vereador Fábio Riva (PSDB), líder do governo na Casa, e havia sido aprovada na terça-feira (14), na Câmara Municipal, em segunda e definitiva votação.
A praça já não contava com a presença do chama do "fluxo" (concentração de usuários de drogas) há alguns dias. No último dia 11 uma megaoperação da Polícia, a mando da Prefeitura, obrigou os usuários a saírem do local. A Princesa Isabel, havia sendo usada por dependentes desde abril, quando operações similares removeram essas pessoas das ruas que compunham a Cracolândia original.
As bancadas do PT e Psol votaram contra a proposta de cercamento da praça.
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"É um projeto que expulsa a população em situação de rua da praça", afirmou a vereadora Juliana Cardoso (PT).
"Esse projeto não tem objetivo de preservação ambiental, de ter mais verde na cidade, é higienista. Quer expulsar uma população vulnerável do centro da cidade", discursou a vereadora Silvia Ferraro (Psol), que compõe a bancada feminista na Câmara.
Já o autor da proposta afirmou que a mudança do local será um marco histórico. "Temos na praça Princesa Isabel a maior estátua equestre do mundo, muita gente não sabia disso. Inclusive é uma obra do Victor Brecheret", argumentou Fábio Riva.
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"Em frente vamos ter o hospital Pérola Byington. São Paulo vai ganhar o parque, a praça Princesa Isabel nunca foi palco da cracolândia. Não é expulsar pessoas, é qualificar o ambiente, promover o lazer.", concluiu.
Surgimento de minicracolândias
O tráfico e o uso de drogas ilícitas ao ar livre parece apresentar uma tendência de decentralização na cidade de São Paulo. É o que mostra um levantamento divulgado em março, que mapeou novos centros de consumo de crack no município. Segundo o estudo, 150 pontos da cidade têm concentrado usuários de crack e outras drogas em 18 bairros da cidade.
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Os locais variam de tamanho e lembram a Cracolândia que fica na região central da cidade. Nas regiões apontadas, o fluxo de pessoas em situação de vulnerabilidade impressiona.
De acordo com o mapeamento divulgado pela "Rádio Bandeirantes", as regiões de concentração de uso de crack se expandiram para as periferias nos últimos anos, mas o centro da cidade continua abrigando a maior delas.
O levantamento aponta que desde 2015 o número de minicracolândias registradas cresceu 581%. Há novos pontos similares em Cidade Tiradentes, São Miguel, Itaquera, Cachoeirinha, Brasilândia, Capão Redondo, Campo Limpo, Vila Leopoldina, Santa Cecília, Santa Ifigênia, Sé, entre outros distritos.
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A prefeitura de São Paulo infirmou que pelo menos 650 dependentes químicos ainda circulam pela Rua Helvétia e arredores todos os dias, na Cracolândia que fica no bairro da Luz.
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