A+

A-

Alternar Contraste

Sexta, 04 Julho 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

Prefeito diz que vai sancionar lei que taxa apps; empresas tentam reverter

Ricardo Nunes sinaliza que vai sancionar lei; empresas dizem que medida vai prejudicar os preços ao consumidor e reduzir a renda dos entregadores

Bruno Hoffmann

22/07/2021 às 14:56

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Carro por aplicativo atende passageiro no Aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade de SP

Carro por aplicativo atende passageiro no Aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade de SP | /Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse nesta quarta-feira (21) que vai sancionar o projeto de lei aprovado na Câmara Municipal que taxa os aplicativos de transportes e entrega em São Paulo, como Uber, 99 taxi, iFood e Rappi. Contudo, Nunes declarou que não terá aumento de cobrança de impostos das empresas.

Continua depois da publicidade

"Vou sancionar. Irei sancionar para defender a cidade. Não terá aumento. Terá uma compensação com relação ao pagamento do ISS, se a empresa optar por pagar o ISS em outro município", disse Nunes durante evento na zona sul da Capital.

Por sua vez, uma série de empresas criticou a possibilidade da sanção da lei, e ainda tenta aumentar a pressão para impedir a aprovação do texto pelo prefeito (leia mais abaixo).

Continua depois da publicidade

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na última sexta-feira (16) uma espécie de taxa de empresas de aplicativo de transporte e de entrega. A proposta autoria do presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), e do vereador Adilson Amadeu (DEM) gerou uma série de críticas, principalmente pela possibilidade de diminuir os ganhos dos motoristas e aumentar o valor aos clientes.

Leite é próximo das empresas de transporte coletivo, enquanto Amadeu é conhecido por defender a classe dos taxistas. A emenda foi votada na esteira de projeto que autoriza a realização de operação de crédito de R$ 8 bilhões, e teve 40 votos a favor, 8 contrários e 5 abstenções.

Em linhas gerais, o projeto autoriza a gestão municipal a cobrar um valor, não definido, por viagem na cidade. A taxa pode ser calculada por quilômetro rodado ou outra métrica a ser definida. Uma versão inicial da proposta estabelecia uma taxa de embarque de R$ 2 por viagem. No entanto, o documento foi mudado.

Continua depois da publicidade

Para Leite, a taxação é uma “justa compensação” à cidade de São Paulo.

“Várias dessas empresas migraram suas sedes para outros municípios, embora todo o impacto da circulação viária, de tráfego e ambiental continue aqui na Capital. Não é justo que o cidadão paulistano arque com esses impactos enquanto muitas dessas empresas lucram milhões, sem dar quase nenhuma contrapartida à cidade", disse o presidente da Câmara paulistana.

Amadeu também disse que a aprovação é uma “questão de justiça”. “É uma questão antes de tudo de justiça que visa buscar um equilíbrio por todos os impactos urbanos e ambientais que essas empresas predatórias estão causando ao sistema como um todo”, afirmou.

Continua depois da publicidade

Empresas tentam reverter

Empresas associadas à ABO2O (Associação Brasileira Online to Offline), entidade que representa mais de 150 plataformas digitais, tentam impedir a aprovação do texto pelo prefeito. A iniciativa é apoiada também por fundos de investimento e pelo Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP.

As companhias justificam que as empresas de transporte já pagam preço público em São Paulo, e que a incidência de mais um tributo vai prejudicar os preços finais ao consumidor e reduzir a renda dos entregadores.

Continua depois da publicidade

Para Vitor Magnani, presidente da ABO2O, o maior prejudicado será o usuário dos serviços por aplicativo, caso a lei seja sancionada.

“A gente tem poucas plataformas digitais que conseguem competir neste mercado, e um tributo desta forma só vai piorar neste ambiente competitivo e também os preços finais endereçados ao consumidor”, afirmou ele ao portal “G1”.

Já a Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), entidade que representa empresas como Uber, 99, iFood, Zé Delivery e Buse, a aprovação do projeto de lei pela Câmara foi um erro.

Continua depois da publicidade

"A proposta, aprovada sem discussão e nenhum estudo, horas antes do recesso legislativo e como jabuti [quando uma emenda é adicionada a um projeto de lei], tem caráter exclusivamente arrecadatório, já que não há previsão de destinação desses recursos em prol de melhorias viárias, ou em prol da sociedade", diz.

"A medida - em tempos de crise sanitária e econômica - pode onerar mais os consumidores, reduzir a renda de parceiros e impactar negativamente toda a economia local”, afirmou ainda a entidade.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados