Entre em nosso grupo
2
Segundo associação do setor de restaurantes, os estabelecimentos não estão conseguindo repassar o aumento de custos aos clientes
30/08/2022 às 14:10 atualizado em 30/08/2022 às 15:07
Continua depois da publicidade
O acumulado da inflação sobre a alimentação no domicílio já chega a 43% considerando o período desde o início da pandemia | Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Fazer refeições em casa está tão caro que até comer em restaurantes se tornou relativamente mais barato. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação de alimentos no domicílio atingiu a taxa de 11,8% no acumulado do ano até julho, enquanto a inflação relacionada a refeições fora de casa avançou 4,6% – uma diferença de 7,2 pontos porcentuais. A diferença só não é superior do que a registrada em 2020, quando foi afetada pela pandemia de Covid-19. À época, a inflação referente à alimentação em casa subiu 18,15% e, em bares e restaurantes, 4,78%.
Continua depois da publicidade
O acumulado da inflação sobre a alimentação no domicílio já chega a 43% considerando o período desde o início da pandemia. Já a inflação sobre alimentação fora de casa está em 17,4%. Segundo o presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel), Paulo Solmucci, a diferença entre as taxas ocorre porque os estabelecimentos não estão conseguindo repassar o aumento de custos.
“Com a renda contraída, fica difícil repassar preços. As pessoas estão com o bolso apertado. A gente vem subindo menos do que a metade da inflação no domicílio”, explica.
A associação revela ainda que 46% dos estabelecimentos ajustaram seus preços abaixo da inflação em julho, enquanto 25% sequer conseguiram reajustar. Outros 27% acompanharam a inflação e 3% subiram os preços além do índice.
Continua depois da publicidade
NO VERMELHO
No restaurante Colher de Pau, na zona norte de São Paulo, o preço do quilo antes da pandemia era de R$ 59,90. Atualmente, está em R$ 62,90, o que representa um aumento de 5% enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 17,4% - alimentos em geral subiram 35%.
O gerente do restaurante, Leonardo André Teodoro Silva, explica que não é possível acompanhar as variações dos preços dos produtos. “No atacado, o preço do abacaxi hoje é R$ 4,99, mas amanhã está R$ 6,99. Sempre aumenta. A gente, se subir assim, vai quebrar.”
Continua depois da publicidade
O dono do estabelecimento, Marcos Moretti, afirma que só conseguiu manter as portas abertas na pandemia porque tinha uma reserva destinada para reforma. O texto conta com informações do "Diário da Região".
Moretti afirma que o restaurante não tem conseguido dar lucro. Desde março tem fechado pelo menos no zero a zero. Por isso, ele pretende trabalhar com um reajuste de 3,2% em setembro. “Ainda vou precisar ver o que acontece quando aumentar".
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade