Remédio essencial para diabetes rara está há três meses em falta em São Paulo

O acetato de desmopressina, medicamento usado para tratamento de um tipo raro de diabetes, está há três meses em falta em farmácias de alto custo. Nas redes farmacêuticas, o remédio é vendido por cerca de R$ 200.

Segundo a Portaria Conjunta n.º 02 de 2018, o fármaco deve ser fornecido de graça pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas até os pacientes que conseguem comprar não encontram o medicamento.

A desmopressina reduz a eliminação de água no organismo, sintoma comum entre os pacientes que possuem a diabete insipidus central, um tipo raro da doença, que causa sede excessiva e apresenta aumento considerável de urina.

O tratamento é realizado por adultos e crianças que têm a doença. Alguns pacientes correm risco de vida sem o uso, segundo a Associação MariaVitória de Doenças Raras e Crônicas (AMAVIRARAS). A associação também enviou um pedido de investigação ao Ministério Publico no último mês.

O acetato de desmopressina é distribuído gratuitamente pelo SUS em forma de comprimidos, spray ou injetável. Procurada pela Gazeta, a Secretaria Municipal da Saúde informou que a distribuição do medicamento não é realizada pela rede municipal.

Famílias têm recorrido a grupos de WhatsApp para doarem entre si o remédio. O Ministério da Saúde, único responsável pela compra do medicamento, informou que o pedido está na fase final de licitação, mas até o momento não há previsão para entrega. O motivo do desabastecimento também não foi informado.

A Secretaria Estadual de Saúde disse ainda que o último lote comprado foi distribuído parcialmente em agosto, com atraso.

Sertralina

Em contato com a Gazeta, uma dona de casa - que preferiu não se identificar - informou que o cloridrato de sertralina, remédio de uso diário, também está em falta nos postos de saúde. Ela diz que já foi em ao menos três 'postinhos' e não encontrou o medicamento.

A sertralina é um antidepressivo indicado para o tratamento da depressão, transtorno obsessivo compulsivo, síndrome do pânico ou fobia social. Ele aumenta a disponibilização de serotonina no cérebro, um neurotransmissor responsável pela regulação do humor e do bem-estar.

Além de fazer a distribuição gratuita do medicamento, o SUS disponibiliza tratamento para depressão e ansiedade. A Secretaria Municipal da Saúde informou que o reabastecimento do medicamento só deve ocorrer daqui a cerca de 10 dias, no dia 16 de dezembro.