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Cotidiano

Roupas devem vender mais no Dia das Mães

PEQUENA MELHORA. Vestuário terá desempenho melhor; eletrônicos e eletrodomésticos continuam na lista de presentes

04/05/2019 às 01:00

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Vestuário deve vender 10% a mais em 2019; setor é um dos carros-chefe da data comemorativa

Vestuário deve vender 10% a mais em 2019; setor é um dos carros-chefe da data comemorativa | / THIAGO NEME/GAZETA DE S.PAULO

O Dia das Mães é considerado um mini Natal: é a data na qual o comércio mais vende, depois das festividades de fim de ano. Mas a expectativa da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) para o Dia das Mães em 2019 não é muito animadora.

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"Estamos esperando um crescimento nas vendas no comércio de 3% para o mês de maio", diz o assessor técnico da entidade, Altamiro Carvalho. O destaque desse aumento vai para o setor de vestuário - cerca de 10% em relação a 2018 -, mas o motivo disso não é animador.

"No ano passado, o mês de maio foi muito fraco para o vestuário. Houve uma queda nas vendas das lojas de roupas. A projeção mostra somente uma recuperação sobre o desempenho ruim das vendas em 2018", explica.

Mas isso não significa que eletroeletrônicos e eletrodomésticos tenham saído da lista de compras dos filhos que vão presentear as mães. Esses itens ainda são procurados, mas não tanto quanto em anos anteriores. "Houve uma expansão no crédito, com queda da taxa de juros. Mas, neste ano, as taxas de recuperação no crescimento vêm se reduzindo".

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DÚVIDAS NA ECONOMIA.

Um motivo apontado por Carvalho são as incertezas no campo econômico. Isso deixa o consumidor bastante resistente na hora de fazer compras. "Há uma resistência na queda da taxa de desemprego, e dúvidas quanto à política econômica, como a aprovação da reforma [da Previdência]". Outra razão atinge diretamente o bolso, do consumidor e do lojista.

São as taxas de juros mais altas. Do lado do consumidor, os juros encarecem os empréstimos - e os consumidores não querem pagar mais para ter acesso a crédito e poder ir às compras. Já para os lojistas, está mais caro adquirir mercadorias e manter os estoques. Isso faz com que os empresários precisem adotar iniciativas para facilitar a vida do comprador. "Há muitas promoções, sorteios em shoppings, distribuição de presentes. A questão é, se o consumidor não está se sentindo seguro, ele vai diminuir seu consumo", diz Carvalho.

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SUPERMERCADOS EM ALTA.

A Fecomercio, que é uma entidade sindical dos setores de comércio e serviços, estima uma recuperação nas vendas em outro setor da economia: os supermercados. "No ano passado, houve a greve dos caminhoneiros bem no mês de maio, e o setor não teve um bom desempenho. Então esse crescimento que estamos projetando é sobre um mês que já não foi bom", contou.

Sendo assim, nesses tempos de incerteza, Carvalho dá um conselho para ajudar os consumidores a escolher um bom presente para suas mães. "Presenteie com algo que seja útil e esteja dentro do seu orçamento. O importante é não criar um nível alto de endividamento, que comprometa suas finanças e o seu consumo no resto do ano. Assim, o presente que ele der, que caiba no orçamento, e se é do gosto da mãe, será um bom presente".

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TENDÊNCIA NACIONAL.

A previsão da Fecomercio é semelhante à da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que estima alta real de 3,8% das vendas para o Dia das Mães de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior.

"A data deve registrar movimentação financeira de R$ 9,7 bilhões neste ano - nível equivalente ao volume de vendas verificado em 2014 (R$ 9,6 bilhões)", diz a entidade, em nota.

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A CNC acredita que as vendas de perfumes e cosméticos devem liderar a alta, com expansão de 11,1%. O segmento de vestuário, calçados e acessórios também devem crescer na casa de dois dígitos, com expansão de 10,1%.

"Este segmento, aliás, costuma ser o carro-chefe da data, com movimentação esperada de aproximadamente R$ 3,8 bilhões (39% das vendas totais)", estima a
confederação.

Já as vendas no ramo de livrarias e papelarias devem registrar forte queda, de cerca de 21% em relação a 2018. (Vanessa Zampronho)

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