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Nilto Tatto COLABORADOR | /Divulgação
Uma das consequências mais nefastas do modo de vida que adotamos é a falta de acesso por boa parte da humanidade à produtos e serviços fundamentais como água, moradia, alimentação e saneamento. É neste último ponto que eu vou me concentrar neste artigo - além de importante índice de desenvolvimento humano, a falta de saneamento é um grave vetor de doenças que atinge a maioria da população mundial.
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Dados da ONU apontam que 4,5 bilhões de pessoas (60% dos homens, mulheres, idosos e crianças que habitam o planeta) não tem acesso à um banheiro seguro e outros 892 milhões ainda defecam a céu aberto. Parece mentira, mas não é - os dados são de 2018. Para se ter uma ideia, no Brasil 40% das crianças se encontram nesta situação. Como podemos defender um sistema que produz tamanhas mazelas? A verdade é que não podemos.
Ainda segundo a ONU, a exposição às fezes humanas nesta escala tem impactos arrasadores sobre a saúde pública, as condições de vida e trabalho, a nutrição, a educação e a produtividade econômica. Além disso, quem vive em grandes cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro ou Salvador, já percebeu que estamos transformando nossos centros urbanos em verdadeiros esgotos a céu aberto.
Apesar deste triste cenário, ainda há quem defenda a privatização dos sistemas de saneamento, ou seja, entrega-los à iniciativa privada, ampliando ainda mais as desigualdades. Isso porque é dever do Estado garantir um meio ambiente equilibrado e a qualidade de vida para toda a população (ainda que muitas vezes estas obrigações não sejam cumpridas) enquanto a essência do setor privado é apenas o lucro. Num modelo privado, portanto, a meta de universalização estaria comprometida em detrimento do lucro de alguns poucos e ricos empresários.
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Vale lembrar que boa parte dos países desenvolvidos que optaram pela privatização do saneamento voltaram atrás e hoje estão reestatizando suas empresas do setor. Se há um exemplo que fica é que a água é um direito e o saneamento é vida, não são mercadorias.
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