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Cotidiano

Saúde de SP: Prefeitos devem considerar ômicron ao decidirem sobre Réveillon

'Os municípios têm autonomia na realização desses eventos. Mas evidentemente estamos em um momento que merece atenção' disse o secretário da pasta no Estado

01/12/2021 às 17:37

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 Queima de fogos na avenida Paulista, no réveillon de  2019

Queima de fogos na avenida Paulista, no réveillon de 2019 | Divulgação/SECOM

O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, recomendou nesta quarta-feira (1º) que as cidades levem em consideração os recentes casos de pacientes com a variante ômicron do novo coronavírus, ao decidirem sobre a realização das festas de Réveillon. 

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"Os municípios têm autonomia na realização desses eventos. Mas evidentemente estamos em um momento que merece atenção. Por isso, é preciso uma consideração especialmente para o Réveillon, que está muito próximo", afirmou o titular da pasta do governo João Doria (PSDB), durante entrevista em um evento no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Barradas, em Heliópolis, na zona sul da capital. 

"Já o Carnaval é um evento que está a três meses e esse tema deve ser revisitado lá na frente", disse o secretário, que acha que a população paulista terá 90% de vacinados contra Covid-19 até fevereiro do ano que vem. 

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Mais cedo, o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, disse que "é cedo para tomar uma decisão dessa natureza" e que a gestão Ricardo Nunes (MDB) deverá aguardar até o próximo domingo (5), quando a Vigilância Sanitária deverá entregar um estudo com indicadores epidemiológicos e assistenciais para dizer se a capital manterá os planos de organizar uma festa de Réveillon na avenida Paulista. "Vamos esperar os estudos para que no início da semana a gente possa dar uma diretriz", afirmou. 

Várias capitais cancelaram a comemoração da festa de Ano-Novo, entre as quais estão Salvador, Florianópolis e Belo Horizonte. 

Gorinchteyn também alertou para os riscos das reuniões familiares de fim de ano, em que as pessoas devem estar mais encorajadas para celebrações que não promoveram em 2020. "E com isso passa a haver um risco muito maior, porque as pessoas vão se aglomerar comemorar, beber, beijar, abraçar, gritar e cantar", disse. "Esse é um cenário de risco que as pessoas precisam lembrar e o uso de máscaras deve ser premente." 

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Os dois secretários sinalizaram para a manutenção do uso de máscaras em locais abertos por causa da nova variante. Gorinchteyn repetiu o que o governador disse na noite de terça (30), que o governo estadual pediu ao Comitê Científico uma nova avaliação sobre a necessidade do uso de máscaras em ambientes abertos. Na semana passada, o tucano anunciou que elas não seriam mais obrigatórias a partir de 11 de dezembro, caso os índices de casos, internações e mortes por Covid-19 seguissem baixando em SP. 

Aparecido lembrou que dezembro é um mês atípico, em que o comércio popular da cidade recebe pessoas de todo o Brasil e há maior chance de circulação de vírus. 

Outro ponto em comum entre os dois secretários é que eles descartam a ampliação de leitos nas redes hospitalares. Entretanto, ambos já referenciaram três hospitais para eventuais casos graves de pacientes infectados com a variante ômicron, dois na zona leste, em Guaianazes (estadual) e Tide Setúbal (municipal) e mais um em Guarulhos, na Grande São Paulo, por causa do aeroporto internacional. 

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Gorinchteyn também lembrou que os casos confirmados no país de pacientes com a variante ômicron são importados. Dois deles são missionários, um homem de 41 anos e uma mulher de 37. Eles desembarcaram em Guarulhos, no último dia 23, vindo da África do Sul. Ambos foram a um laboratório do terminal do aeroporto e testaram positivo para a Covid. O casal está isolado na casa de parentes na capital paulista. 

O terceiro caso é um rapaz de 29 anos que testou positivo para Covid após retornar da Etiópia, no fim da semana –ele passou pela África do Sul, onde houve as primeiras confirmações de infecção pela nova cepa. Ele cumpre isolamento em Guarulhos. 

Os três infectados estão assintomáticos e já haviam sido vacinados contra o novo coronavírus, segundo a Secretaria de Estado de Saúde. 

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A existência da nova cepa foi reportada à Organização Mundial da Saúde (OMS) no último dia 24 após o surgimento de casos na África do Sul. Desde então, houve a confirmação de infecções provocadas pela ômicron nos cinco continentes. 

"Dadas as mutações que poderiam conferir a capacidade de escapar de uma resposta imune, e dar-lhe uma vantagem em termos de transmissibilidade, a probabilidade de que a ômicron se propague pelo mundo é elevada", afirmou a entidade no último dia 29. 

No mesmo dia, ministros da Saúde de países do G7 alertaram que a variante requer ação urgente. "A comunidade internacional enfrenta a ameaça de uma nova variante altamente transmissível da Covid-19, que requer ação urgente", disseram os ministros em um comunicado conjunto.

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