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Cotidiano

Seis passos de autoexame ajudam a identificar sinais de câncer bucal

Especialista dá dicas, detalha sintomas, tratamentos e salienta importância de visita ao profissional de saúde qualificado

Luana Fernandes

03/12/2023 às 20:00  atualizado em 04/12/2023 às 00:36

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Faço o autoexame regularmente e procure um especialista ao encontrar algum sinal

Faço o autoexame regularmente e procure um especialista ao encontrar algum sinal | Divulgação

As chances de cura do câncer bucal chegam a 95% quando há o diagnóstico precoce e o consequente início de um tratamento adequado, segundo o Ministério da Saúde. Em estágios avançados, as chances são reduzidas a 45%. O câncer bucal é aquele que afeta qualquer parte da boca, incluindo lábios, língua, gengivas, palato duro (céu da boca), palato mole, parte interna das bochechas e a parte inferior, como explica Monique Regalin Silva, especialista em odontologia hospitalar do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP). "Geralmente, começa como uma lesão, ou ferida, que não cicatriza e pode se desenvolver em um tumor maligno", diz.

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O mês de novembro é dedicado - "Novembro Vermelho" - a mobilização para promover a conscientização sobre a doença, no entanto, a orientação é válida para o ano todo. A especialista chama a atenção para a possibilidade de um autoexame oral que permite a identificação do início do problema; caso alguma anormalidade seja notada, é hora de buscar ajuda profissional. Para isso, é preciso seguir seis passos:

  1. Escolha um ambiente bem iluminado e use um espelho de mão e um espelho maior para ver claramente dentro da boca;
  2. Passo a passo: comece observando os lábios, tanto a parte externa quanto a parte interna, em busca de feridas, manchas, inchaços ou mudanças na cor; examine a parte interna das bochechas, gengivas e o céu da boca para qualquer anormalidade, áreas brancas, vermelhas, ou lesões que não cicatrizam; verifique a língua, incluindo os lados e a parte superior, procurando por caroços, feridas ou mudanças na textura; atente-se, ainda, à parte de trás da garganta e às amígdalas, observando se há inchaço, vermelhidão ou qualquer outra alteração;
  3. Palpação: use os dedos para sentir qualquer anormalidade na boca, como nódulos ou áreas endurecidas.
  4. Movimentação: durante o exame, mova a língua e a mandíbula para verificar se há alguma dor, desconforto ou dificuldade de movimento.
  5. Verifique seus dentes: observe se há mudanças na posição dos dentes, áreas de sangramento ou quaisquer anormalidades na gengiva;
  6. Repita regularmente: Realize o autoexame pelo menos uma vez por mês para monitorar quaisquer mudanças na sua boca.

"É importante ressaltar que um autoexame não substitui exames regulares realizados por um profissional de saúde qualificado. Se encontrar alguma anormalidade, é fundamental agendar uma consulta com um dentista ou médico para uma avaliação mais detalhada", alerta.

É possível identificar o câncer bucal em estágios iniciais especialmente se houver uma atenção regular à saúde bucal e à realização de exames odontológicos de rotina. Além disso, estar ciente dos sintomas e sinais precoces pode ajudar na detecção, favorecendo um tratamento bem-sucedido.

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Com relação aos fatores de risco, Monique destaca o tabagismo, consumo excessivo de álcool, exposição ao sol nos lábios, infecção por HPV (papilomavírus humano), uma dieta pobre em frutas e vegetais, além de história familiar de câncer bucal.

Diagnóstico

A confirmação do diagnóstico de câncer bucal envolve uma série de etapas. "Exame físico e histórico médico; biopsia em caso de lesões suspeitas, que podem ser por punção, escovagem ou excisionais; exames de imagem, de sangue e laboratoriais; e endoscopia. O diagnóstico geralmente é feito com base na combinação desses resultados. Uma vez confirmado o diagnóstico, o estágio do câncer é determinado para orientar o plano de tratamento mais apropriado", pontua.

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Boas notícias

Em termos de tratamento, a especialista chama a atenção para avanços importantes:

Imunoterapia: envolve o uso de medicamentos que estimulam o sistema imunológico a combater o câncer. Tem mostrado resultados promissores em alguns casos, ajudando-o a reconhecer e atacar as células cancerígenas;

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Terapia-alvo: novos medicamentos estão sendo desenvolvidos para atacar alvos específicos nas células cancerígenas, reduzindo os danos às células saudáveis ao redor. Essa abordagem direcionada pode melhorar a eficácia do tratamento e reduzir os efeitos colaterais;

Avanços na cirurgia: técnicas minimamente invasivas estão sendo aprimoradas para remover tumores com menos danos aos tecidos circundantes. Isso pode resultar em uma recuperação mais rápida e menor impacto na função bucal após a cirurgia;

Pesquisa genômica: estudos estão sendo conduzidos para entender melhor as características genéticas do câncer bucal, o que pode levar a tratamentos mais personalizados e direcionados, considerando a genética específica de cada paciente;

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Avanços em radioterapia e imagem: técnicas mais avançadas, como a radioterapia conformacional ou a terapia de intensidade modulada, estão sendo usadas para direcionar precisamente as áreas afetadas, reduzindo os danos aos tecidos saudáveis ao redor.

"É importante lembrar que, embora esses avanços sejam promissores, nem todos os tratamentos ou técnicas são adequados para todos os pacientes. Cada caso é único e a decisão sobre o tratamento deve ser feita em consulta com a equipe médica, considerando o estágio do câncer, a saúde geral do paciente e outras condições individuais. Esses avanços oferecem esperança, mostrando que a pesquisa está progredindo e novas opções de tratamento estão sendo desenvolvidas. Continuar acompanhando os avanços na área médica e buscar orientação de profissionais de saúde especializados são passos importantes para aqueles que estão passando pelo diagnóstico e tratamento do câncer bucal", conclui Monique.

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