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Ao menos 40 escolas estaduais das zonas norte e leste de São Paulo estão sem serviços de limpeza profissional há duas semanas depois que a empresa responsável fechou as portas abruptamente, deixando os trabalhadores sem receber salários e benefícios. O governo do estado ainda procura a prestadora de serviços, cujo desaparecimento afeta centenas de alunos.
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O número de escolas pode ser maior que 60 caso todas que fazem parte da circunscrição do contrato com a empresa Teg Serviços de Apoio, Conservação e Limpeza estejam sendo afetadas. A gestão João Doria (PSDB) não respondeu a diversas solicitações da "Folha" sobre o número preciso de instituições prejudicadas.
Professores, funcionários, alunos e voluntários têm cuidado do asseio dos locais. Com vassouras, sacos de lixo, escovas e baldes, eles têm esvaziado lixeiras, lavado corredores e escovado vasos sanitários, entre outras atividades. Eles têm feito as tarefas antes e depois das aulas, e também nos intervalos. Os educadores têm encurtado seus horários de almoço para fazer a faxina.
Em escolas de ensino fundamental nas regiões, os educadores repartem entre si as tarefas, deixando livres os alunos, considerados ainda muito jovens para ajudar.
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Temendo represálias das diretorias de ensino, professores e funcionários aceitaram conversar com a reportagem somente sob anonimato. Eles relataram que atividades mais pesadas, como a limpeza de vidros, feita dia sim, dia não pelos funcionários de limpeza, foram abandonadas.
Limpar os toaletes tem sido a parte mais penosa da rotina, já que eles são constantemente sujos pela utilização dos alunos. Em uma das escolas, a diretoria tomou para si a responsabilidade de escovar os vasos sanitários.
"Ninguém quer entrar no banheiro, está sujo. Ontem eu fui lá com uma amiga e tinha um bicho na pia e também uma luva. Ninguém dá descarga", diz Emily, 7, aluna da escola Província de Nagasaki, na zona norte, acompanhada da prima, a confeiteira Isabela Conceição, 20.
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Algumas funcionárias de limpeza cujos filhos estudam nas escolas têm comparecido para ajudar voluntariamente. Outras fecharam acordos individuais e pontuais com diretores das escolas para auxiliarem no trabalho.
Em todas as escolas é consenso que o resultado final tem ficado aquém do que era apresentado pelos funcionários especializados, naturalmente, já que eles dedicavam todo o tempo à conservação dos espaços. (Guilherme Seto/Folhapress)
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