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Cotidiano

Sem-teto morre baleado durante tumulto nas proximidades da cracolândia, em SP

Vítima foi encontrada com ferimento no tórax; dependentes químicos perambulam pela região central desde quarta-feira

13/05/2022 às 09:35  atualizado em 13/05/2022 às 09:38

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Região da cracolândia (arquivo)

Região da cracolândia (arquivo) | Danilo Verpa/Folhapress

Um homem de 32 anos morreu baleado na noite desta quinta-feira (12) nos arredores da praça Princesa Isabel, antigo endereço da cracolândia, no centro da capital. Na quarta-feira (11) a polícia dispersou dependentes químicos e prendeu acusados de tráfico de drogas que viviam na região. Desde então eles perambulam por ruas nas proximidades da praça.

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Segundo boletim de ocorrência registrado por policiais militares no início da madrugada, no 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, região central, Raimundo Nonato Rodrigues Fonseca Júnior foi encontrado caído na avenida Rio Branco, altura do número 724, após um tumulto generalizado durante operação policial. Ele tinha um ferimento no tórax.

Moradores da região e pessoas que estavam na avenida ouviram vários estampidos antes de Raimundo ser encontrado. Ele foi levado por uma ambulância para a Santa Casa de São Paulo, mas não resistiu.

A polícia vai investigar o crime, registrado no boletim de ocorrência da PM como de autoria desconhecida.

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Outro boletim de ocorrência foi registrado às 4h40 no DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa) pela advogada Juliana Almeida Valente, do Núcleo de Ações Emergenciais e de Defesa dos Direitos Ameaçados da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que foi acionada por testemunhas do caso.

Segundo o BO, testemunhas do tumulto e da morte do homem viram um policial atirar atrás de uma viatura. "Havia outros dois policiais ao lado", afirmou uma das pessoas que estava no local, de acordo com o registro feito no DHPP.

A polícia isolou o local onde Raimundo foi atingido para realização da perícia. O cenário no final da noite de quinta era de terror: marcas de sangue na avenida, usuários de crack enrolados em cobertores de um lado e dezenas de policiais militares de outro, além do lixo acumulado na região central de São Paulo. Houve gritaria e pânico na Rio Branco.

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Um dia após a ação policial que esvaziou a praça Princesa Isabel, grupos de usuários se espalharam pelo centro da cidade na tentativa de encontrar um novo local para se instalarem.

Assim que uma aglomeração se fixava em determinado ponto, carros da Guarda Civil Metropolitana apareciam para dispersar os dependentes químicos. Em seguida, equipes da zeladoria eram rápidas em recolher o lixo deixado para trás.

A Polícia Civil e a Prefeitura de São Paulo planejam uma nova ação para coibir o tráfico e o uso de drogas no centro da cidade. Na nova estratégia, os agentes deverão abordar os dependentes químicos que estiverem consumindo crack na rua e os levar para a delegacia, de onde serão encaminhados para tratamento.

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A ideia é combater o consumo da substância em vias públicas e acabar com a sensação de que há uma espécie de território livre para isso na cidade.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), considera que a dispersão dos usuários de drogas é um passo necessário para combater a cracolândia, problema crônico no centro da capital.

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