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Cotidiano
Empresários bolsonaristas defenderam um golpe de Estado, em grupo de WhatsApp, caso o ex-presidente Lula vença Bolsonaro nas eleições
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux. | Rosinei Coutinho/SCO/STF
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux, manifestou apoio a Alexandre de Moraes, que determinou nesta terça-feira (23) mandados de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas que defenderam um golpe de Estado, em grupo de WhatsApp, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença Jair Bolsonaro (PL) nas eleições.
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Segundo Fux, o colega de Corte "sempre age com firmeza" em decisões que envolvem a proteção à democracia. "É absolutamente inaceitável que pessoas flertem com o autoritarismo, flertem com atos antidemocráticos, principalmente porque a nossa democracia foi conquistada entre lutas e barricadas", afirmou o ministro em entrevista ao jornalista Roberto D'Avila, na GloboNews.
"O ministro Alexandre sempre age com muita firmeza e se ele determinou essas medidas constritivas e mais graves, certamente o processo levou ele a essa tomada de decisão com muita firmeza", acrescentou Fux.
MORAES DIZ QUE NÃO VAI "FICAR NA DEFENSIVA"
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À coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, Moraes disse que não vai "ficar na defensiva" ao defender a democracia brasileira. "Temos uma democracia vibrante e não podemos ficar apenas reagindo a discursos golpistas", afirmou, sem citar diretamente Bolsonaro.
Após as operações realizadas ontem, o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, disse não ter sido intimado sobre a decisão que autorizou buscas contra os oito empresários bolsonaristas. Entre os alvos esteve Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan.
Moraes, porém, rebateu a declaração do procurador-geral. Em nota, o gabinete do ministro disse que a PGR foi "intimada pessoalmente" da decisão proferida pelo ministro às 14h41 de segunda (22), com a entrega da decisão para a Assessoria de Apoio aos Membros da Procuradoria-Geral da República no STF.
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O UOL apurou que as medidas contra os empresários foram pedidas pela PF e autorizadas por Moraes dentro do chamado inquérito das milícias digitais e envolveu 35 policiais federais.
As buscas foram feitas em endereços em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. Entre os alvos estão:
Luciano Hang, da Havan - dois endereços em Brusque (SC) e um em Balneário Camboriú (SC)
José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan - no Rio de Janeiro
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Ivan Wrobel, da Construtora W3 - no Rio de Janeiro
José Koury, do Barra World Shopping - no Rio de Janeiro
Luiz André Tissot, do Grupo Sierra - em Gramado (RS)
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Meyer Nigri, da Tecnisa - em São Paulo
Marco Aurélio Raimundo, da Mormaii - em Garopaba (SC)
Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu - em Fortaleza
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Além dos mandados de busca e apreensão, Moraes também determinou a quebra dos sigilos bancários e telemáticos dos alvos, além do bloqueio de contas em redes sociais.
O QUE DIZEM OS EMPRESÁRIOS
O UOL procurou a assessoria de imprensa dos oito empresários citados e aguarda retorno. Veja as respostas já recebidas:
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Luciano Hang, da Havan: "Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros.
Eu faço parte de um grupo de 250 empresários, de diversas correntes políticas, e cada um tem o seu ponto de vista. Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu NUNCA, em momento algum falei sobre Golpe ou sobre STF. Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações pelo Brasil."
Luiz André Tissot, do Grupo Sierra: A defesa do empresário informou que "a empresa e o presidente da companhia não irão se manifestar sobre o tema".
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Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu: "Estou absolutamente tranquilo, pois minha única manifestação sobre o assunto foi um "emoji" sinalizando a leitura da mensagem, sem estar endossando ou concordando com seu teor. Confio na justiça e vamos provar que sempre fui totalmente favorável à democracia. Nunca defendi, verbalizei, pensei ou escrevi a favor de qualquer movimento anti-democrático ou de "golpe". Assim, sou a favor da liberdade, democracia e de um processo eleitoral justo."
Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii: "O Morongo foi contatado hoje pela Polícia Federal, ainda desconhece o inteiro teor do inquérito, mas se colocou e segue à disposição de todas autoridades para esclarecimentos."
Ivan Wrobel, da Construtora W3: O empresário endossou nota enviada à época da divulgação da matéria. "O cenário não mudou, o Sr Ivan tem um histórico de vida completamente ligado à liberdade. Em 1968 foi convidado a se retirar do IME por ser contrário ao AI5. Nada na vida dele pode fazer crer que o posicionamento daquele momento tenha mudado. Colaboraremos com o que for preciso para demonstrar que as acusações contra ele não condizem com a realidade dos fatos."
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Em relação a Hang, o ministro Moraes autorizou buscas na residência e no escritório dele, ambos em Brusque (SC), e também em uma casa de veraneio em Balneário Camboriú (SC). A assessoria de imprensa do empresário disse que ele estava trabalhando em sua empresa quando a Polícia Federal chegou às 6h. O celular de Hang foi recolhido.
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