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Cotidiano
Nas redes sociais, moradores da Vila Cruzeiro relataram tiroteios na região desde por volta das 4h
25/05/2022 às 09:30 atualizado em 25/05/2022 às 09:32
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Rio de Janeiro | Tomaz Silva/Agência Brasil
O número de mortos em decorrência de uma operação policial deflagrada nesta terça-feira (24) na comunidade da Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio de Janeiro, já chega a 24, segundo balanço do Hospital Estadual Getúlio Vargas.
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Quatro pessoas feridas durante a ação policial estão internadas no Getúlio Vargas, sendo duas em estado grave. Uma quinta pessoa atendida no local foi transferida à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária.
Nas redes sociais, moradores da Vila Cruzeiro relataram tiroteios na região desde por volta das 4h (horário de Brasília). Quase 20 escolas municipais situadas na comunidade não abriram as portas.
Entre as pessoas mortas em decorrência da operação, está Gabrielle Ferreira da Cunha, 41, moradora da Chatuba, favela vizinha, e que foi baleada dentro de casa.
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Natan Werneck, de 21, foi outro a morrer após ser baleado em meio à operação. Ele chegou a pedir socorro por telefone após ser baleado, mas só foi resgatado 6 horas após sofrer o tiro, segundo advogados que chegaram a levá-lo a um hospital. Ele morreu a caminho da unidade.
O ouvidor da Defensoria Pública do RJ, Guilherme Pimental, criticou a operação, dizendo que ações do gênero "jamais seriam toleradas em bairros nobres".
Ainda nesta terça, o MPF (Ministério Público Federal) abriu um procedimento investigatório criminal para apurar condutas e possíveis violações cometidas por policiais na ação na Vila Cruzeiro.
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CONTEXTO
A operação foi deflagrada pela Polícia Militar do RJ sob a justificativa de impedir o movimento de criminosos ligados ao grupo criminoso CV (Comando Vermelho) da Vila Cruzeiro para a Rocinha, na zona sul do Rio.
"Nesta madrugada, identificamos grande movimentação de elementos que controlam essa e outras localidades. Provavelmente essa movimentação seria para invasão a outra comunidade", disse coronel Luiz Henrique Marinho, em entrevista coletiva realizada ontem.
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No entanto, a ação, embora planejada há meses, ocorreu em caráter "emergencial" e "não tinha como objetivo cumprir mandados de prisão", segundo o comandante do Bope, Uirá do Nascimento Ferreira.
A polícia estimou que cerca de 50 criminosos iriam se deslocar da Vila Cruzeiro para a Rocinha. Entre eles, estavam lideranças de outros estados, que têm migrado para o Rio nos últimos meses.
Segundo a PM, há um aumento no número de lideranças criminosas do estado em comunidades cariocas como decorrência de uma decisão judicial que limita as operações policiais no RJ, proferida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
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