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Entre os casos está o de uma família que tem irmãos gêmeos e somente uma das crianças recebe o leite em casa; o programa é mantido pela Prefeitura de SP
30/08/2022 às 13:24 atualizado em 30/08/2022 às 15:53
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O programa Leve Leite atende 320 mil crianças que estudam na rede municipal de educação | Reprodução/TV Globo
O programa Leve Leite da Prefeitura de São Paulo recebeu em 2022 três vezes mais reclamações relacionadas a atrasos em entrega do produto do que o observado no ano passado. Na análise foi considerado o período de janeiro a junho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021. As informações foram obtidas pela TV Globo por meio do Portal 156.
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O aumento no número de reclamações foi de 208% e o total de registros observado no primeiro semestre deste ano já supera o total de reclamações observado em todo o ano de 2019. Foram 8.475 queixas nos seis primeiros meses de 2022 (confira mais abaixo).
Na cidade de São Paulo, o programa Leve Leite atende 320 mil crianças que estudam na rede municipal de educação, segundo a Prefeitura. Dentre os requisitos para ter acesso ao Programa, estão a manutenção do cadastro atualizado no CadÚnico e a assinatura de um termo de adesão na escola no ato da matrícula. As famílias cadastradas devem receber a cada quatro meses latas de leite em pó integral diretamente na creche (para as crianças menores de 1 ano de idade) ou em casa, através dos Correios.
Mas esta não é a realidade de algumas famílias atendidas pelo programa. A reportagem do portal "g1" conversou com mães que disseram que a entrega do leite tem atrasado e que o prazo para regularização da entrega é de quatro meses, de acordo com resposta do Portal 156 da Prefeitura.
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Com uma filha de menos de um ano de idade, Cibele Gomes diz que aguarda a entrega do leite desde março deste ano: “Eu fiz o NIS, a minha filha tem 10 meses agora e não recebeu nenhuma lata. Você liga no 156 para fazer a reclamação e eles pedem quatro meses para dar a resposta. Aí nesse tempo o bebê já faz mais de um ano e troca a fórmula”, reclama.
Já Graciele Souza, moradora do Grajaú, que tem filhos gêmeos cadastrados no programa Leve Leite relata que o problema é que, apesar de os irmãos morarem no mesmo endereço, somente um deles recebe o leite da prefeitura. “Chega o [leite] de um e o outro, o Correio coloca que não encontrou o endereço. Eu ligo no 156 e quem me atende fala que vai passar para outro e nunca resolveram. Já faz mais de 7 meses que não recebo o leite”, conta.
Aumento expressivo
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De acordo com os dados do Portal 156, entre janeiro e junho de 2022 foram recebidas 8.475 reclamações sobre a não entrega do leite. O total é 208% maior do que o constatado no mesmo período do ano passado, quando 2.270 reclamações foram registradas. O aumento ainda é considerável mesmo quanto comparado ao cenário anterior à pandemia, em 2019, pois o crescimento de reclamações entre aquele ano na comparação com 2022 foi de 144,8%. Veja abaixo:
Reclamações de não entrega do leite
ANO | JAN - JUN. | TOTAL |
2017 | 2.425 | 4.966 |
2018 | 1.528 | 6.273 |
2019 | 3.462 | 7.684 |
2020 | 6.752 | 19.506 |
2021 | 2.750 | 12.950 |
2022 | 8.475 | 8.475 |
TOTAL | 59.854 |
Fonte: Portal 156
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A Prefeitura de São Paulo diz que respondeu à maioria das reclamações sobre os atrasos, mas outras 400 reclamações ainda serão respondidas no prazo estipulado.
A respeito do caso de Cibele, a gestão municipal afirma que entregou os leites correspondentes ao primeiro e ao segundo ciclos do programa "Leve Leite" deste ano e que ela irá receber o produto novamente no início de setembro. Sobre o caso de Graciele, a Prefeitura afirmou que o endereço cadastrado estava desatualizado, mas que a questão já foi resolvida e a entrega será realizada também no início do próximo mês.
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