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Numa cadeira onde se senta durante as tardes para vender bolsas e mochilas no calçadão da avenida São João, no centro de São Paulo, Samuel Rocha, 71, sobe para ver, sobre um tapume, os mesmos trilhos do bonde que via passar por ali há mais de 50 anos. A prefeitura está reconstruindo o Vale do Anhangabaú e, durante as obras, encontrou sob a calçada da São João trechos de trilhos do antigo bonde desativado há mais de cinco
décadas.
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"Já andei muito nesse bonde, quando fazia serviço de 'boy' aqui pelo centro e ia para o Brás, Mooca, todo lugar", diz Samuel, que trabalha numa loja de malas no centro.
O consórcio responsável pelas obras contratou uma equipe de arqueologia que fará uma pesquisa na região. O processo é acompanhado pelo Departamento do Patrimônio Histórico, da prefeitura, e as escavações só vão continuar após aprovação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
A ideia da gestão Bruno Covas (PSDB) é retirar os trilhos, mas preservar uma amostra em local ainda a ser discutido com os órgãos de preservação municipal e federal - bem próximo ao vale, em frente ao Teatro Municipal, há um trecho de cerca de 4 metros quadrados de trilhos e paralelepípedos que foi preservado.
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A extinção dos bondes deixou lacunas no sistema viário paulistano que ainda não foram resolvidas, dizem especialistas em transporte. Na região dos calçadões no centro, por exemplo, não há uma opção de transporte para dar conta de viagens de curta extensão.
É por isso que esse meio de transporte voltou com força em capitais europeias e também no Brasil, na Baixada Santista e no Rio de Janeiro.
Sua versão moderna, vista como alternativa viável nas cidades, é o chamado VLT, sigla para Veículo Leve sobre Trilhos, que lembra o metrô. (FP)
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