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Cotidiano
Pleito se deu de forma tranquila, com acusações pontuais de problemas em cédulas de votação dos dois lados
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Sergio Massa (à esq.) e Javier Milei (à dir.) votam | Reprodução
O relógio bateu 18h, as urnas se fecharam, e a Argentina aguarda o resultado de sua eleição histórica entre o ultraliberal Javier Milei e o peronista Sergio Massa. No geral, a votação se deu de forma tranquila em todo o país, com algumas acusações pontuais de problemas nas cédulas de papel de ambos os lados.
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Os resultados parciais começarão a ser divulgados a partir das 21h, no site oficial da Direção Nacional Eleitoral (Dine).
Até as 18h, a participação divulgada foi de 76% dos eleitores registrados, mas o número ainda pode mudar com o término da contagem. Caso se confirme, essa seria a menor cifra das últimas quatro décadas de democracia, completados neste ano. O número também está abaixo do índice registrado no primeiro turno em outubro (77%) e acima do das eleições primárias em agosto (69%).
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Os dois candidatos votaram rodeados de apoiadores e jornalistas por volta do meio-dia. Sergio Massa foi o primeiro. Em Tigre, cidade vizinha a Buenos Aires da qual foi prefeito, falou em uma "nova etapa". "Essa etapa requer, além de boa vontade, inteligência e capacidade, o diálogo e o consenso necessários para que nosso país percorra um caminho muito mais virtuoso", afirmou.
Já Milei votou no bairro de Almagro, na capital, e contou com uma segurança reforçada que evitou a confusão registrada no primeiro turno, quando houve empurra-empurra, bate-boca com jornalistas e cantos de "Parabéns para Você", já que naquele dia ele completava 53 anos.
Ele disse que estava satisfeito, "apesar da campanha do medo e de toda a campanha suja que fizeram contra nós". "Esperemos que para amanhã haja mais esperança, e não tanta continuidade e decadência. Que hoje à noite tenhamos um novo presidente eleito", acrescentou ele, em meio a fogos de artifício e um pequeno protesto de apoiadores rivais.
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Depois que sua coalizão política apontou supostas fraudes no sistema eleitoral do país na última semana, sem apresentar provas numa denúncia formal, ele afirmou que os "fiscais" que o apoiam estavam conseguindo repor as cédulas de votação nas urnas. "Pode ser que faltem cédulas, mas porque estão nas urnas", disse Milei.
A votação na Argentina funciona com cédulas de papel, uma para cada candidato ou chapa. O eleitor escolhe uma delas e a deposita na urna. O país tem historicamente acusações de furtos de papéis de um lado ou do outro, mas isso normalmente é fiscalizado por integrantes dos partidos e nunca ocorreu em uma dimensão que tenha comprometido os resultados.
Neste domingo, representantes das campanhas dos dois candidatos mencionaram problemas com as cédulas.
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A irmã de Milei e chefe de sua campanha, Karina Milei, disse à Justiça Eleitoral que em alguns locais das províncias de Buenos Aires e de Chaco, no norte do país, estavam sendo usadas boletas das eleições primárias.
Já Malena Galmarini, esposa de Massa, afirmou que foram encontradas papeletas rasgadas. Ambos os lados pediram que as cédulas com problemas sejam consideradas válidas. Tentando tranquilizar a população, o responsável pela Câmara Nacional Eleitoral, Sebastián Schimmel, respondeu em entrevistas que "quando o conteúdo [do voto] é inequívoco, é considerado válido".
Um adolescente de 16 anos também foi detido em Buenos Aires sob a acusação de roubar papeletas de Milei.
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Segundo o jornal argentino La Nación, a polícia foi acionada após receber a denúncia de que um eleitor tentava votar mais de uma vez. Ao detê-lo, os agentes encontraram várias cédulas do ultraliberal em uma pochete.
Até brasileiros viajaram para acompanhar a votação no país vizinho. Em frente à universidade onde Milei votou, estava o economista Bruno Musa, 41, que contou que pegou um voo de São Paulo até Buenos Aires neste final de semana apenas para apoiar o candidato. Ele grava vídeos para suas redes sociais de linha libertária, disse.
No Brasil, votou em Jair Bolsonaro (PL), mas não se identifica como bolsonarista. "É preciso desmistificar isso. Não tem a ver com ser bolsonarista, tem a ver com ser anti-PT", opinou, ao lado de três amigos que se deslocaram de Brasília pelo mesmo motivo. Eles já haviam feito o mesmo no primeiro turno, em outubro.
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O grupo disse acompanhar a política argentina de perto desde a eleição de Maurício Macri, em 2015. "Mas não tinha um apelo para a gente vir na época. Agora é mais alinhado", afirmou o economista. "Ele acha que dá Massa, mas eu e ele temos esperança", dizia, apontando para os colegas.
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