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Nilton Tatto COLABORADOR | /Divulgação
A matéria publicada neste domingo pelo portal "The Intercept Brasil", sobre a cooperação entre o então juiz federal Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol durante a operação Lava-Jato, é mais um indicador da parcialidade no processo que levou à prisão o ex-presidente Lula. As mensagens divulgadas pela equipe do premiado jornalista Glen Greenwald revelam o maior escândalo jurídico-político do ocidente, superando o caso Watergate, que em 1974 levou à renúncia do presidente estadunidense Richard Nixon.
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Para quem não se lembra, Nixon foi condenado pela Suprema Corte dos Estados Unidos a apresentar gravações que comprovariam seu envolvimento em um assalto à sede do partido rival. O diretório havia sido invadido e grampeado durante as eleições de 1972, cujo resultado conduziu o acusado à presidência da República. A condenação levou à abertura de um processo de impeachment, que só seria encerrado com o pedido de renúncia de Nixon.
Ainda que as notícias relativas ao Brasil não tenham a mesma projeção internacional do que acontece nos Estados Unidos, tudo indica que o processo que levou à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja ainda mais escandaloso do que o famoso crime no vizinho do norte. Isso porque não se trata apenas de espionagem, ou de grampos ilegais, embora a Lava Jato também tenha utilizado destes expedientes, mas de práticas ainda mais graves: a cooperação entre a acusação e o juiz no processo que condenou o líder na corrida presidencial de 2018.
Os trechos das conversas entre Moro e Dallagnol escancarados por "The Intercept" revelam troca de pistas; sugestões de fontes; conselhos; broncas e até antecipação de decisões para os procuradores. A matéria bombástica veio à tona poucos dias após da defesa de Lula reafirmar outro crime da força-tarefa: a interceptação de conversas entre o ex-presidente e seus advogados, delitos que nas palavras do procurador e do juiz, "não vem ao caso". Para quem defende a justiça e a democracia, no entanto, está claro que Lula Livre é a única solução que vem ao caso.
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