Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Cerca de 20 milhões de trabalhadores podem ser afetados pelas restrições | Divulgação
Mudanças nas regras do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devem restringir o acesso a empréstimos para pelo menos 9 milhões de trabalhadores desempregados, a partir do próximo sábado (1º/11).
Continua depois da publicidade
Essa estimativa é da Associação Brasileira dos Bancos (ABBC), que representa instituições financeiras de médio porte e critica as alterações.
Atualmente, a antecipação do saque-aniversário é a linha de crédito pessoal mais barata, com juros regulados pelo governo e teto de 1,79% ao mês, inferior ao limite de 1,85% ao mês para pensionistas do INSS.
As novas regras definem limites para o valor que pode ser antecipado, para a quantidade de operações e para o prazo das antecipações.
Continua depois da publicidade
Em carta ao Ministério do Trabalho, a ABBC afirma que as medidas “tendem a produzir efeitos contrários aos desejados”.
Segundo a entidade, cerca de 20 milhões de trabalhadores, aproximadamente 76% do total de 26,4 milhões com saldo no FGTS, podem ser afetados pelas restrições.
Além dos desempregados, 74% dos atuais beneficiários da antecipação do saque-aniversário têm histórico de negativação.
Continua depois da publicidade
A ABBC alerta que os limites de valor por operação (de R$ 100 a R$ 500) e a restrição a uma operação ativa por competência podem levar trabalhadores a decisões de crédito precipitadas, aumentando o risco de endividamento.
O saque-aniversário, criado no governo de Jair Bolsonaro, permite que o trabalhador retire parte do saldo do FGTS no mês do aniversário, mas não permite o saque integral em caso de demissão sem justa causa.
Hoje, 51% dos trabalhadores no regime CLT participam do programa. Para o Ministério do Trabalho, a medida representa uma “armadilha”, já que bloqueia o saldo em caso de demissão. Atualmente, 13 milhões de trabalhadores têm R$ 6,5 bilhões retidos.
Continua depois da publicidade
Entre 2020 e 2025, as operações de antecipação do saque-aniversário somaram R$ 236 bilhões. Com as mudanças, o governo estima que até 2030 cerca de R$ 84,6 bilhões deixarão de ser usados como garantia de empréstimo e serão liberados diretamente aos trabalhadores.
O governo também busca fortalecer o Crédito do Trabalhador, programa de consignado privado que utiliza o FGTS como garantia.
Lançado em março, o programa acumula R$ 50 bilhões em novas contratações, com tarifa média de 3,79% ao mês, além de quase R$ 30 bilhões de contratos antigos que migraram para o novo modelo.
Continua depois da publicidade
A expectativa é que a competição entre instituições financeiras reduza os juros. Em caso de demissão, o trabalhador poderá usar até 100% da multa rescisória e 10% do saldo do FGTS para quitar dívidas.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade