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Bianca Witzel durante entrevista à Gazeta | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo
“Quando eu bati 1 milhão de seguidores no TikTok, liguei chorando para minha mãe e falei: ‘Mãe, o que eu faço com tanta gente?’” A frase da bióloga Bianca Witzel revela como a internet tem o poder de transformar vidas com uma rapidez que pode assustar. No caso dela, a transformação foi em prol da educação.
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A jovem de 24 anos une base científica com linguagem moderna e descontraída para falar de animais e ecossistemas. Começou as gravações de forma ainda despretensiosa durante a pandemia, como estudante da Universidade Federal de Uberlândia no campus de Ituitaba, e nunca mais parou.
Um vídeo em que ela explica quais são os animais que aparecem em Space Jam 2 viralizou, e ela percebeu que tinha jeito para a comunicação. Tornou-se uma celebridade virtual, "biologicamente falando", como exclama em cada vídeo, como um bordão.
Em entrevista à Gazeta nesta semana, ela revelou ter orgulho de conseguir chegar tão longe falando de educação. "É um pouco desesperador pensar que tenho toda essa responsabilidade, mas também é muito gratificante atingir tanta gente com conteúdo científico”, exaltou.
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Segundo ela, a divulgação de ciência precisou competir no feed no mesmo espaço em que tem fofocas, briga de celebridades e fake news, e que graças a uma série de comunicadores tem conseguido cada vez mais espaço.
Há, também, professores mais tradicionais que se incomodam com esse método de divulgação, por acharem que simplifica demais os conceitos científicos. Ela disse entender e respeitar a crítica, mas defendeu o método.
"Se eu não causar nenhuma emoção no meu no meu público, vou estar simplesmente lendo um artigo científico. Então tem que ter essa emoção, tem que ter esse entretenimento”.
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“Claro”, continuou ela, “quando o tema é mais sério é preciso falar com mais seriedade”.
Para a bióloga, a divulgação científica de forma pop ainda tem papel fundamental em combater fake news que rolam nas redes de forma descontrolada.
Um dos temas polêmicos que ela costuma entrar é sobre zoológicos. Bianca é uma defensora dos que fazem trabalho sério, e dizem serem fundamentais para a pesquisa científica e para a preservação de espécies ameaçadas.
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“Os zoológicos têm um papel de extrema importância na educação, na conservação ambiental, porque o bicho que está ali não pode mais voltar para a natureza”, destacou.
Ela lembrou também que há trabalhos para reintroduzir espécies em risco de extinção no habitat natural, e reafirmou que nenhum zoológico sério pelo País caça animais na natureza para levar ao confinamento.
Além disso, ver animais inspiram pessoas a amarem a biologia, especialmente os menores.
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“A criança vê um leão na frente e aquilo muda algo dentro dela. Ela vai pensar: ‘nossa, que interessante; quero estudar isso”.
Agora, já vivendo em São Paulo, explica sobre seu método de gravações e como aprendeu a aliar a parte acadêmica com parcerias comerciais. Também revela que pretende se aprofundar na área da comunicação.
No começo, Bianca Witzel lidava com as propostas de publicidade e contratos de marcas e empresas de forma "meio sozinha", ou no máximo com a ajuda da mãe.
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Hoje, há profissionais que a ajudam nessa parte, para ela se preocupar exclusivamente com o conteúdo que será criado pela parceria.
Uma das parcerias que ela mais orgulha de ter feito foi com a Petrobras, pela qual está conheço projetos ambientais e ecossistemas por todo Brasil. Um dos momentos emocionantes foi ver um peixe-boi na natureza pela primeira vez.
“Projetos ambientais fazem muita diferença. Por exemplo, décadas atrás tinha 500 indivíduos de baleia jubarte na costa brasileira, hoje tem 30 mil indivíduos. É muito lindo conseguir passar essa mensagem para todo mundo”.
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