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Espetáculo em SP ironiza 'greenwashing' e viraliza após a COP30

Peça 'Cadáver Perfumado' está em cartaz no Teatro Ágora, no Bixiga, região central de São Paulo

Monise Souza

27/11/2025 às 20:05

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Apresentação começa antes da plateia tomar seus lugares

Apresentação começa antes da plateia tomar seus lugares | Divulgação/Mariana Maria

Logo após o fim da COP30, realizada em Belém, no Pará, com debates ambientais, uma peça em São Paulo decide mirar justamente o uso político e empresarial da pauta verde.

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A peça “Cadáver Perfumado”, em cartaz no Teatro Ágora, no Bixiga, região central de São Paulo, nesta quinta (27/11) e sexta-feira (28/11), às 20h, questiona o greenwashing (maquiagem ambiental) por meio de humor ácido e provocações cênicas.

Peça em São Paulo decide mirar justamente o uso político e empresarial da pauta verde.
Peça em São Paulo decide mirar justamente o uso político e empresarial da pauta verde.
Evento ocorre na semana em que a COP30 mobiliza debates ambientais em Belém.
Evento ocorre na semana em que a COP30 mobiliza debates ambientais em Belém.
Peça "Cadáver Perfumado", em cartaz no Teatro Ágora, no Bixiga, região central de São Paulo.
Peça "Cadáver Perfumado", em cartaz no Teatro Ágora, no Bixiga, região central de São Paulo.
Montagem parte da ideia de que a crise climática, além de ameaçar populações e ecossistemas.
Montagem parte da ideia de que a crise climática, além de ameaçar populações e ecossistemas.
Apresentação começa antes da plateia tomar seus lugares. Um cortejo fúnebre performado no jardim do teatro antecipa o tom da narrativa.
Apresentação começa antes da plateia tomar seus lugares. Um cortejo fúnebre performado no jardim do teatro antecipa o tom da narrativa.
No palco, a história gira em torno de um reino que tenta lidar com um sol cada vez mais hostil.
No palco, a história gira em torno de um reino que tenta lidar com um sol cada vez mais hostil.
Entre exageros e situações absurdas, a peça aponta para fenômenos do presente.
Entre exageros e situações absurdas, a peça aponta para fenômenos do presente.
Encenação utiliza ainda música ao vivo, vídeos e iluminação contrastada para compor um ambiente que os criadores descrevem como "carnaval distópico".
Fotos: Divulgação/Mariana Maria
Encenação utiliza ainda música ao vivo, vídeos e iluminação contrastada para compor um ambiente que os criadores descrevem como "carnaval distópico". Fotos: Divulgação/Mariana Maria

Dirigido pelo grupo de jovens artistas formado por Nicolau da Conceição, Pedro Libâneo e Noel Bielecki, o espetáculo utiliza recursos performáticos e estéticos inspirados na tradição experimental paulistana.

A montagem parte da ideia de que a crise climática, além de ameaçar populações e ecossistemas, virou também produto, slogan e estratégia de vendas.

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“Cadáver Perfumado”

A apresentação começa antes da plateia tomar seus lugares. Um cortejo fúnebre performado no jardim do teatro antecipa o tom da narrativa, que mistura ironia, teatralidade ritualística e uma crítica direta ao modo como discursos ambientais são esvaziados e transformados em ferramenta de autopromoção.

No palco, a história gira em torno de um reino que tenta lidar com um sol cada vez mais hostil enquanto publicitários buscam reinventar a tragédia como oportunidade de negócios.

Entre exageros e situações absurdas, a peça aponta para fenômenos do presente. Um deles: governos que anunciam compromissos ecológicos sem implementação concreta, e empresas que adotam comunicação ‘sustentável’ mais preocupada com a imagem do que com o impacto real.

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O elenco, que conta com Gabriel Frossard, Gabriela Kometani, Isabella Sabino, Luiz Torres, Kim Cortada, Thalin e Tom Freire, alterna entre comédia escrachada e cenas ritualizadas.

Em uma das sequências mais comentadas, Gabriel Frossard aparece nu para ironizar a transformação do corpo em peça publicitária e, por extensão, a mercantilização da narrativa ambiental. A nudez não é exibicionismo, mas crítica: na cena, um produto fictício promete “resolver” o aquecimento global com um simples protetor solar.

Também chama atenção um monólogo de Isabella Sabino, que explica, com humor, como mecanismos mentais rápidos e pouco precisos ajudam a sociedade a minimizar a gravidade da crise climática.

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A encenação utiliza ainda música ao vivo, vídeos e iluminação contrastada para compor um ambiente que os criadores descrevem como “carnaval distópico”, ecoando influências do Teatro Oficina e de José Celso Martinez Corrêa, homenageado no trabalho.

Para Nicolau da Conceição, o foco central é a apropriação das lutas ambientais pela lógica mercadológica. “A promessa de mudança virou produto. O capitalismo recicla até a crítica que recebe”, diz.

Em um momento em que o País sedia uma conferência climática de impacto global, “Cadáver Perfumado” aposta no riso desconfortável para lembrar que, apesar de discursos e campanhas, a emergência climática segue em curso.

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