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Gil Souza e Jé Versátil durante entrevista à Gazeta | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo
Gil Souza está há décadas como uma das cabeças do Bocada Forte, o portal inaugural de hip hop no Brasil, fundado em 1999. Já Jé Versátil também começou a enveredar pelo gênero artístico naquela década, e nunca mais abandonou a missão. Hoje, os caminhos de ambos se cruzam em projetos variados que sempre têm o hip hop como norte.
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Nesta entrevista à Gazeta, a dupla da zona leste de São Paulo analisou a história do rap, do break, do grafite e dos MCs, e se debruçou sobre as transformações ocorridas de geração em geração.
Como comunicador, Gil analisou a popularização de páginas de rap pelas redes sociais, principalmente Instagram, e disse que o papel do Bocada Forte é ser antes de tudo um site, com textos analíticos. A rede social é apenas um detalhe.
“Em geral, esses perfis operam na dinâmica da plataforma, e precisam se preocupar com engajamento, com curtida. É diferente do Bocada. Só temos rede social porque precisa, mas operamos em outra lógica”, afirmou.
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“Costumo brincar que perfis que colocam ‘rap’ no nome não entendem nada de rap”, continuou. Ele se aproximou do gênero em 1990 e se apaixonou. Nunca mais abandonaria a missão de divulgar ideias e artistas.
Jé, por sua vez, exaltou o papel transformador da arte em sua vida, desde quando aprendeu a fazer beat box até a gravação dos seus três álbuns, além da sua produtora de vídeo.
Ele afirmou que parte da nova geração é desconectada com as raízes do movimento. “Essa desconexão não é exclusiva do hip hop. A humanidade está muito focada a olhar para frente e esquecer dos passes anteriores”.
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Gil, porém, atenuou as críticas às novas gerações, ao dizer que os mais antigos também precisam se aproximar da juventude de maneira menos crítica e mais generosa.
“Se uma pessoa mais velha não se aproximar e não ensinar, não pode questionar [as novas gerações]. É uma cultura de quebrada, e sabemos que a quebrada tem várias deficiências e muita gente sem acesso pleno à internet”, destacou.
Gil defendeu também que o Bocada Forte trabalha ativamente para se conectar com a juventude, já que o portal tem a função “de estar sempre na base”. "Olhamos para o passado, mas nos conectamos com os mais novos".
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Jé Versátil também afirmou que o hip hop precisa continuar sempre a ser um movimento coletivo, e anunciou um show que fará no início de novembro em São Paulo ao lado de Arnaldo Tifu e Malokero Anônimo.
“O hip hop é uma cultura coletiva, nasce como uma cultura coletiva. O hip hop é o anti-individualismo”, completou ele, que se iniciou na cultura aos 12 anos, e hoje está com 40. "A maioia da minha existência é o hip hop".
A entrevista completa pode ser assistida pelo vídeo acima ou pelo canal da Gazeta no YouTube.
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