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'Mar Aberto' traz ao Theatro Municipal uma reflexão sobre limites entre ficção e realidade

Com direção de Beatriz Barros, espetáculo metateatral propõe reflexão sobre temas como a complexidade das relações familiares, os limites, as perdas e o luto

Mariana Ribeiro

10/12/2024 às 22:00

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Espetáculo dá uma nova vida para a obra de Barral

Espetáculo dá uma nova vida para a obra de Barral | Gui Echeverria/Divulgação

Quais segredos devem sempre permanecer afogados no silêncio? Em uma reflexão sobre questões como esta, “Mar Aberto”, baseado na obra de Claudia Barral, pesquisa o fazer teatral e os limites entre ficção e realidade.

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O espetáculo fará uma temporada gratuita de estreia na cúpula do Theatro Municipal, região central da capital, entre sexta e domingo (13 a 15/12) e, em seguida, na SP Escola de Teatro, de terça a domingo (17 a 22/12). 

Por meio da dramaturgia desenvolvida por Giovana Echeverria (que também integra o elenco e é idealizadora do projeto) e Beatriz Barros (encenadora e diretora-geral), o trabalho dá uma nova vida para a obra de Barral, que é escritora, dramaturga e psicanalista.  

Em cena, além de Echeverria, ainda estão Ayomi Domenica (atriz indicada para representar o Brasil no Oscar com o filme “Levante”) e Carolina Manica (indicada ao prêmio APCA de melhor atriz por seu trabalho em “Dias de Vinho e Rosas”).

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A peça original explora temas universais e humanos, mergulhando nas complexidades emocionais e nas relações interpessoais, típicas do trabalho de Barral. 

'Mar Aberto', baseado na obra de Claudia Barral, pesquisa o fazer teatral e os limites entre ficção e realidade. Foto: Gui Echeverria/Divulgação
'Mar Aberto', baseado na obra de Claudia Barral, pesquisa o fazer teatral e os limites entre ficção e realidade. Foto: Gui Echeverria/Divulgação
Peça original explora temas universais e humanos, mergulhando nas complexidades emocionais e nas relações interpessoais, típicas do trabalho de Barral. Foto: Gui Echeverria/Divulgação
Peça original explora temas universais e humanos, mergulhando nas complexidades emocionais e nas relações interpessoais, típicas do trabalho de Barral. Foto: Gui Echeverria/Divulgação
Na trama, em um teatro abandonado, duas atrizes recebem uma terceira artista para ensaiar e apresentar um espetáculo. Foto: Gui Echeverria/Divulgação
Na trama, em um teatro abandonado, duas atrizes recebem uma terceira artista para ensaiar e apresentar um espetáculo. Foto: Gui Echeverria/Divulgação
O Theatro Municipal de São Paulo fica na Praça Ramos de Azevedo, centro histórico da capital paulista. Foto: Reprodução/TMSP
O Theatro Municipal de São Paulo fica na Praça Ramos de Azevedo, centro histórico da capital paulista. Foto: Reprodução/TMSP

“As emoções à flor da pele, os conflitos internos e os mistérios são tratados com delicadeza e profundidade, buscando capturar a essência do ser humano em situações de vulnerabilidade e transformação”, revela a dramaturga, atriz e idealizadora da montagem Giovanna Echeverria.

A história 

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Na trama, em um teatro abandonado, duas atrizes recebem uma terceira artista para ensaiar e apresentar um espetáculo. Ao longo da peça, elas lidam com alguns mistérios ao encenar a seguinte história: ao alugar um dos quartos de sua casa para uma estranha, a vida das personagens Helena e Lúcia, duas irmãs, começa a mudar.

Uma misteriosa janela, que não pode ser aberta, guarda segredos acerca de uma irmã ausente, soterrada nos escombros da memória. O mar, sempre próximo, impondo a sua presença aquática por meio do seu barulho, parece encurralar e ameaçar Helena. 

Sofia, a hóspede inesperada, não conhece limites em sua busca apaixonada por respostas. Ainda assim, sabe que algo a ameaça: sejam as águas internas, como os segredos não revelados, a violência de Helena; ou águas externas, como a fúria do mar e a chuva que alaga sonhos e esperanças.

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Já Lúcia, ao presenciar os embates entre a irmã mais velha e a nova convidada, precisa decidir que rumos dará ao enigma do seu desejo.

Echeverria e Barros trazem para o palco não apenas a força do texto original de Barral, mas a própria visão, incorporando elementos contemporâneos e diálogos dinâmicos que ressoam com o público atual.

“A peça se destaca por criar uma atmosfera híbrida, na qual a ficção transpassa a realidade e  convida os espectadores à reflexão, sobrepujando as barreiras de tempo e espaço em um exercício contínuo de metalinguagem entre o real e o ficcional, entre o fazer teatral e a realização de uma peça, entre o ensaio e a apresentação final”, comenta a diretora Beatriz Barros.  

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A dramaturgia, desenvolvida por Echeverria e Barros, foi fundamentada no uso de dispositivos como o melodrama, metalinguagem e uma investigação de diferentes recursos do teatro épico, traçando-se um paralelo entre o público e o mar. E, nessa pesquisa, uma das maiores referências estéticas foram as obras do cineasta espanhol Pedro Almodóvar.

“Mar Aberto” é um convite a refletir sobre temas como a complexidade das relações familiares, limites, perdas, o luto e as linhas tênues entre o que se entende por ficção e realidade.

“Trata-se de enfrentar os medos e as verdades submersas, ponderando se há paz em manter certos segredos afogados na quietude ou necessidade de reconhecê-los. Dessa forma, ela se desdobra em uma conta dramática de confrontos, revelações e um olhar profundo e intrigante sobre os mistérios da memória humana e da natureza ao redor”, acrescenta Echeverria.

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A encenação 

A encenação da obra se desdobra em múltiplas camadas, explorando os bastidores do teatro. Neste contexto, a estrutura do espaço se torna parte integrante do cenário: vigas e paredes expostas se fundem à cena, criando um ambiente que respira e vive.

“O percurso entre o palco e os bastidores sugere que a linha que separa realidade e ficção é tão tênue quanto um feixe de luz. O público é convidado a testemunhar não apenas a performance, mas também os elementos que a tornam possível, em um jogo de reflexões e revelações”, explica a diretora. 

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“Mar Aberto” é uma celebração do poder da intertextualidade e da colaboração criativa no teatro contemporâneo, incluindo uma perspectiva épica, que reflete a todo momento em paralelo à narrativa de Barral sobre o fazer teatral e a profissão do ator.

Sinopse

Três atrizes se reúnem em um teatro para ensaiar um espetáculo que desafia as fronteiras entre a ficção e a realidade, criando um metateatro que propõe dinâmicas intrigantes, nas quais elas começam a imitar os dramas que encenam.

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Ao receber uma nova atriz, juntas elas dão vida à história de “Mar Aberto”, que narra a vivência de duas irmãs que alugam um quarto de sua casa a uma estranha, desencadeando uma série de mistérios e conflitos.

No centro da trama, uma janela intransponível e uma dinâmica familiar ambígua revelam um passado repleto de segredos, culminando em uma morte que paira sobre a narrativa. 

Ficha Técnica  
Baseado na obra “Mar Aberto”, de Claudia Barral 

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Beatriz Barros | diretora e concepção 
Tricka Carvalho | assistente de direção 
Giovana Eche, Ayomi Domenica e Carolina Mânica | elenco 
Maira Sciuto | cenografia e figurino 
Ana Luiza Secco | cenografia 
Dj Akinn | direção e concepção musical 
Ligia Chaim | desenho de luz 
Roseli Marttinelly | assistente de luz 
Beatriz Barros, Ayomi Domenica, Paula Picarelli, Giovana Eche | colaboração de dramaturgia 
Giovana Eche | idealização 
Cris Casagrande | produção executiva e geral
Samila Zambetti | assistente de produção

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Serviço

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Onde? Theatro Municipal - Cúpula - Praça Ramos de Azevedo, s/n - República
Quando? De 13 a 15/12 (Sexta a domingo)
13/12, às 20h
14/12, às 17h
15/12, às 17h e às 20h

Ingressos: Gratuitos, reserve em https://theatromunicipalsp.byinti.com/#/ticket/
Classificação: 16 anos
Duração: 90 minutos

Onde? SP Escola de Teatro - Praça Franklin Roosevelt, 210 - Bela Vista
Quando? De 17 a 22/12 (Terça a domingo)
17/12, às 20h30
18/12, às 20h30
19/12, às 20h30
20/12, às 20h30
21 e 22/12, às 17h e às 20h

Ingressos: Gratuitos 
Classificação: 16 anos
Duração: 90 minutos

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