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Conhecido por sua malandragem, o papagaio se tornou o primeiro personagem da Disney vindo do Brasil, após uma viagem de Walt Disney ao Rio de Janeiro
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Personagem inspirado em cantor paulista, o papagaio da Disney, Zé Carioca, completa 80 anos | Reprodução
Joe, José ou apenas Zé. Há 80 anos nascia o brasileiríssimo Zé Carioca. Conhecido por sua malandragem, o papagaio se tornou o primeiro personagem da Disney vindo diretamente do país da música, futebol e folia, sendo idealizado após uma viagem de Walt Disney (1901-1966) ao Rio de Janeiro, no ano de 1941 e aparecendo pela primeira vez no ano seguinte.
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Apesar de ter nascido no Copacabana Palace e ser "carioca da gema", ele na verdade foi inspirado em um músico nascido em Jundiaí, interior paulista. José do Patrocínio Oliveira (1904-1987) tocava cavaquinho e violão na banda que Walt Disney prestigiou em sua viagem e encantou o produtor com seu jeito.
"Quando o Disney o viu, falou: 'Esse é o cara perfeito para basear o personagem'. E assim foi feito", conta Gerson Teixeira, roteirista de mais de 180 histórias do icônico papagaio -contabilizando 1.444 páginas. A ideia era alimentar a "política de boa vizinhança" que os Estados Unidos tentavam promover com o Brasil e os demais países da América Latina durante o governo Franklin D. Roosevelt.
Em sua primeira aparição, em "Alô, Amigos" (1942), o elegante papagaio - na voz de José do Patrocínio - recebeu Pato Donald durante sua viagem ao Brasil, e passeou ao lado do personagem clássico pela América Latina. Além disso, ele apareceu em outros longa-metragens como "Você Já Foi à Bahia?" (1944), quando viajou para o México; "A Culpa é do Samba" (1948); e "Uma Cilada para Roger Rabbit" (1988).
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Para Teixeira, Zé Carioca é uma válvula de escape em meio a tantas histórias "totalmente norte-americanas". O roteirista diz que, apesar da malandragem, a característica principal de Zé Carioca é sua alegria e esperança -algo também característico e muito representativo dos brasileiros.
"Um traço marcante do Zé Carioca é sua alto-astral, ele é muito otimista. Ele pode estar na pior, mas sempre vê um jeito de acreditar e encontrar esperança. O brasileiro é assim.
Antigamente ele usava métodos um pouco menos ortodoxos e usava sua malandragem para se dar bem, mas agora demos uma amenizada nisso", explica.
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Para comemorar os 80 anos do personagem, a Disney também prepara homenagens que devem se estender por um ano. Zé Carioca ganhará um single chamado "Os Zés do Brasil".
A canção foi escrita por Leandro Lehart e será cantada pelo sambista Xande de Pilares, com direito a um vídeo clipe.
Além de coleções temáticas e produtos do personagem, ele ganhará novas histórias em quadrinhos, os livros "Zé Carioca Conta a História do Brasil", de Eduardo Bueno, que deve chegar em outubro, e "O Essencial do Zé Carioca: Celebrando os 80 anos da sua Estreia", já disponível para compras, e uma história intitulada "Um Jovem Chamado Zé" no Grande Almanaque Disney, que deve ser lançado em novembro.
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"[Comemorar os 80 anos] me deixa envaidecido e orgulhoso de participar dessa história. Ainda mais em ano de Copa do Mundo", completa Teixeira, que escreve as novas aventuras do charmoso papagaio pela editora Culturama.
"Escrevi três séries do Zé na Copa. Pena que esse ano não pudemos fazer, quem sabe na próxima?", concluiu.
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