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Cantor e compositor Thaíde durante entrevista ao podcast Direto da Gazeta | Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
O cantor e compositor Thaíde disse não ser contra a polícia, mas contra maus policiais.
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A afirmação foi feita ao podcast Direto da Gazeta na última semana.
“Não sou contra a polícia, nada disso. Sou contra maus policiais. Sou contra esses que humilham”, disse o rapper, que falava sobre o posicionamento histórico do hip hop contra a violência policial.
“Não consigo entender por que eles [parte dos policiais], que têm essa origem [de periferia], colocam em cima das pessoas que têm a mesma origem muita humilhação. Parecem que estão colocando todas as suas frustações naquele pequeno poder”, afirmou.
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“Quer humilhar o cidadão, mostrar que pode. É errado isso. Eles têm que proteger o cidadão, o trabalhador, a trabalhadora. Passou do momento de alguém dizer basta, chega, e dar orientação de humanidade para a polícia que vai para a rua”, continuou.
O artista, que acaba de lançar o álbum “Corpo Fechado, Mente Aberta”, lembrou ter lançado o primeiro rap nacional denunciando a violência policial, em 1988, no álbum Hip Hop Cultura de Rua, considerado o primeiro disco de rap no Brasil.
“Como foi o primeiro rap denunciando a violência policial, não teve tanto destaque. É uma música muito importante, e estou pensando em fazer uma regravação dela. Motivos para fazer, infelizmente, a gente tem”, destacou.
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No mesmo trabalho saiu Corpo Fechado, um dos maiores clássicos do artista e do rap nacional. Ele também disse que não consegue fazer músicas apenas para o entretenimento.
“A partir do momento que você é um artista que quer contribuir de uma certa forma, você tem que fazer esse protesto. Mostrar às pessoas que apoiam seu trabalho que elas não estão sozinhas. Não consigo fazer uma música que não tenha uma certa verdade a ser contada”.
Thaíde lançou em maio o álbum “Corpo Fechado, Mente Aberta”, com participações de Djonga, MV Bill, Caju e Castanha, Fat Family, Negravat, Arnaldo Tifu, DJ RM e outros nomes de peso do hip hop nacional.
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A novidade mescla reflexão, celebração e homenagem às raízes da cultura negra brasileira, um modelo que Thaíde consagra desde o início da carreira.
“Essa é uma obra que conversa com a minha trajetória, sem fechar portas. ‘Corpo Fechado’ é uma referência lá de trás, da minha primeira música com DJ Hum, e ‘Mente Aberta’ é onde eu estou agora, aberto a novas ideias, novas parcerias e sons”, afirmou ele.
Entre os destaques do álbum está a faixa “Pega a Visão”, que traz Djonga e a cantora lírica Negravat, em uma homenagem à Zaira Oliveira, uma artista negra brasileira que, há mais de 100 anos, venceu um prêmio de canto lírico, mas não pôde receber a premiação por conta do racismo.
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Já “O Nosso Rap”, gravada com MV Bill, nasceu de um processo criativo inusitado.
“Mandei um áudio pro Bill e ele entendeu outra coisa, acabou escrevendo um tema que era o contrário do que eu pensava. Mas no final virou uma troca de gentilezas, um falando bem do outro, porque falando mal tem vários. Achei que ficou um som bonito, com berimbau e produzido pelo Felipe Mayfield”, revelou Thaíde.
O clipe da faixa foi gravado na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, onde MV Bill mora.
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Em “REP com E”, Thaíde celebra a ancestralidade do rap brasileiro ao lado da dupla Caju & Castanha, traçando um paralelo entre o rap e o repente. A obra foi lançada em parceria com a gravadora One RPM.
Lenda do hip hop nacional, Thaíde também é comunicador em outros meios. Atualmente, atua como repórter no programa Melhor da Noite, da Band, onde também tem quadro “Na Madruga com Thaíde”.
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