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Carlo Ancelotti será o quarto treinador estrangeiro da seleção brasileira | Borja Suarez/Reuters/Folhapress
Com o iminente acerto da CBF, entidade máxima do futebol brasileiro, com o técnico italiano Carlo Ancelotti, ídolo do Real Madrid, a quebra de uma duradoura tradição acontece: um técnico estrangeiro comandando a seleção brasileira.
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Se engana quem pensa que a chegada de Ancelotti simbolizaria o primeiro técnico estrangeiro da história da Canarinho. Três técnicos nascidos fora do Brasil já treinaram a seleção: um português, um uruguaio, e, por incrível que pareça, um argentino.
Contudo, a jornada de todos eles durou pouco. Mesmo somando todas as partidas do trio, apenas sete jogos foram comandados por estrangeiros. O retrospecto é positivo: sete partidas, com cinco vitórias, um empate e apenas uma derrota.
Três treinadores estrangeiros já estiveram no comando do time brasileiro: o uruguaio Ramón Platero, o português Joreca e o argentino Filpo Nuñez.
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O primeiro técnico estrangeiro no comando da seleção brasileira foi o uruguaio Ramón Platero, no ano de 1925, cinco anos antes da primeira Copa do Mundo da história (1930).
Além disso, foi o único comandante gringo a treinar o Brasil em um torneio. Após ser campeão sul-americano pelo Uruguai, em 1917, ele chegou ao Brasil dois anos depois, trabalhou no Fluminense e passou ainda por Flamengo e Vasco.
Quando estava no comando do Cruz-Maltino, recebeu a oportunidade de dirigir a seleção brasileira no Campeonato Sul-Americano de 1925, na Argentina, a antiga Copa América.
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Ao todo, foram apenas 19 dias como treinador da seleção, de 6 a 25 de dezembro, com quatro partidas. Na estreia no Sul-Americano, o Brasil fez 5 a 2 no Paraguai, mas logo em seguida caiu por 4 a 1 para a Argentina.
No formato de turno e returno, a seleção voltou a vencer o Paraguai, por 3 a 1. No jogo final, um empate por 2 a 2 com a Argentina, com confusão e invasão de torcedores que teriam chamado os brasileiros de "macaquitos".
Este fato gerou protesto na CBD, no Rio de Janeiro, e o Palácio do Itamarati chegou a decidir que o Brasil ficaria fora das edições seguintes da Copa América, voltando a disputar somente em 1937.
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Jorge Gomes de Lima, conhecido como Joreca, é o único europeu a ter comandado a seleção brasileira (até a chegada de Carlo Ancelotti).
Nascido em Lisboa, chegou ao Brasil ainda jovem e teve uma trajetória curiosa: não foi jogador, mas jornalista. Comentarista de rádio, dividia seu tempo profissional com a faculdade de educação física, no início dos anos 1940. Ainda chegou a ser árbitro antes de ter as oportunidades como treinador.
Logo na estreia como treinador, em 1943, conseguiu um feito marcante: foi campeão paulista pelo São Paulo, o que já fez seu prestígio crescer de cara.
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A passagem foi muito vitoriosa no Tricolor Paulista, com 172 jogos no comando do e mais dois títulos estaduais: 1945 e 1946. Foi antes deste bicampeonato que ele teve a chance de comandar o Brasil ao lado do lendário Flávio Costa, multicampeão por Flamengo e Vasco.
Enquanto um representava o Rio de Janeiro, o outro São Paulo, e juntos treinaram a Seleção em dois amistosos contra o Uruguai em 14 e 17 de maio de 1944. O Brasil saiu vitorioso nas duas ocasiões, por 6 a 1 e 4 a 0.
Se tornou lutador de boxe e ainda voltou ao futebol, para assumir o Corinthians, com 52 partidas em 1949, ano em que morreu.
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Filpo Nuñez conseguiu o feito de ser o único argentino a comandar a seleção brasileira. Isto ocorreu em uma situação histórica e inusitada.
Em 1965, o treinador da seleção já bicampeã do mundo era Vicente Feola. Porém, a CBD (antiga CBF), decidiu que o Palmeiras representaria o Brasil em um amistoso contra o Uruguai, em jogo que marcaria a inauguração do Mineirão.
O técnico do Verdão era exatamente o "Don Filpo", que acabou sendo o treinador da seleção brasileira naquela partida, que terminou em uma vitória por 3 a 0.
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Neste cenário, o argentino foi considerado o treinador, mesmo que de forma interina, com a gerência durando apenas um dia.
Ele teve uma carreira relevante como treinador do Independiente de Rivadavia, da Argentina, além de treinar também o time feminino do Palmeiras.
Filpo morreu em 1999, aos 78 anos. Era tio de Eduardo Coudet, ex-técnico do Internacional e do Atlético-MG. Com quase 30 clubes brasileiros no currículo, foi campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1965 pelo Palmeiras.
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