Com raízes no Litoral de SP, lutador alcança glórias em evento de MMA sem luvas

A Baixada Santista já tem um representante com destaque em uma nova modalidade do mundo das lutas: Júnior Maranhão. Nascido no Estado nordestino, o lutador tem raízes na cidade do Guarujá e obteve triunfos no MMA sem luvas, categoria que causa polêmica entre os adeptos e amantes do esporte.

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Em seu último desafio, o lutador saiu vitorioso contra Joshua Weems pela categoria peso-galo (até 61 kg) do evento Gamebred Bare Knuckle MMA.

Na competição, realizada em Biloxi, Mississippi, EUA, os lutadores entram na arena totalmente descalços de luvas e contando apenas com o auxílio de bandagens. "Eu acabei de lutar em um grande evento, que na minha opinião é o maior da sua modalidade. Para muitos é uma grande loucura, você lutar sem luvas, mas pra mim não é. Foi muito profissional pra mim, que tenho mais de 40 lutas de MMA, fora jiu-jitsu e muay thai. Na verdade, o tratamento e o cuidado do evento são até melhores que os outros", explicou.

Além disso, esse tipo de atividade utiliza todas as regras primordiais de eventos tradicionais, como o UFC e o Bellator. Assim sendo, é possível utilizar golpes com as pernas, punhos e técnicas no solo, especialidade de Maranhão. "O jiu-jitsu é a principal modalidade para o MMA. Na minha opinião, ele te ajuda em 90% quando a gente está lutando. Principalmente pra mim, que finalizei a minha última luta usando o jiu-jitsu. Mas não só nessa luta, como em todo o MMA o jiu-jitsu é a principal modalidade", diz.

As dificuldades para o duelo contra Joshua Weems foram diversas. Júnior aceitou a luta faltando apenas 11 dias e precisou perder cerca de 13 kg durante esse período.

Apesar da filosofia de sempre olhar com bastante respeito para sua última luta, o atleta se diz contente com a possibilidade de voltar ao ringue do Gamebred Bare Knuckle MMA. De acordo com ele, existe a expectativa da nova luta acontecer entre janeiro e fevereiro.

VIAGEM PELO SONHO.

O amor de Júnior Maranhão pela 'arte suave' começou de forma inesperada na sua cidade natal, Estreito, localizada no estado do Maranhão. Com apenas onze anos de idade, ele viu seu melhor amigo e mentor, Jackson, realizar o sonho de montar a sua própria academia. "Eu ia muito para a casa dele e via ele conversando com amigos sobre montar a academia. Em um certo dia, ele me disse 'vamos lá montar' e logo no primeiro dia comentou que eu ia treinar. Como eu estava no embalo de um menino de onze anos, eu fui".

Também foi através do primeiro mentor que ele chegou até o estado de São Paulo. No entanto, o destino inicial era a Capital, mas foi no Guarujá que ele obteve sua maior evolução no esporte. "Eu já tinha treinado um pouco de MMA em Estreito, mas foi no Guarujá que tive mais oportunidade nessa modalidade".

Júnior chegou com 16 anos à cidade do litoral paulista, onde permaneceu por 13 anos. Apesar de morar atualmente fora do país, ele guarda com bastante respeito os aprendizados e vivências que teve com nomes como Ericson Cardozo, fundador da academia Bronx. "Chegar numa cidade onde você não conhece ninguém e ser tão bem recebido. Eu devo muito a eles [Ericson e Jackson]. A nossa equipe naquela época era muito forte no Estado. Foi um grande privilégio", finalizou.