Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Renato Gaúcho e Romário pelo Vasco da Gama, em 2005 | Reprodução
O futebol brasileiro guarda histórias icônicas, muitas delas até difíceis de acreditar. Uma delas aconteceu em setembro de 2005, com um dos maiores clubes do brasileiro: o Vasco da Gama.
Continua depois da publicidade
Campeão da Libertadores e tetracampeão do Campeonato Brasileiro, o Cruz-Maltino não vivia um grande momento naquela temporada, estando 217 minutos sem marcar um gol na liga nacional e buscando a reabilitação.
A ideia foi marcar um jogo-treino para recuperar a confiança: o adversário escolhido foi uma equipe do Rio de Janeiro, formado por motoristas, cobradores e fiscais de ônibus da empresa Breda. Mas o jogo não teve o placar elástico que se imaginava. Um vídeo do canal Por Onde Andrey, no YouTube, de Andrey Raychtock, ajudou a história a voltar aos holofotes.
Como forma de testar o time titular que iria enfrentar o Palmeiras dias depois, o técnico Renato Gaúcho decidiu escalar força máxima para o jogo-treino. Estavam lá: Roberto; Wagner Diniz, Vergara, Fábio Braz e Diego; Ygor, Amaral, Abedi e Morais; Alex Dias e Romário.
Continua depois da publicidade
O adversário era o Breda Rio, time que disputava apenas ligas amadoras e existia há cerca de 10 anos. No elenco, os funcionários da empresa que trabalhavam em turnos extensos e que conseguiam se reunir apenas uma vez por semana para treinar, no período da noite.
A faixa etária dos integrantes variava, com alguns dos jogadores visivelmente acima do peso recomendado para um atleta profissional. Nenhum deles tinha salário de jogador, mas a equipe era a "sensação" das peladas do Rio de Janeiro.
Segundo matéria sobre o jogo publicada pelo ge, o Breda chegou atrasado para a partida, pois os funcionários da empresa de ônibus vinham de mais de um dia de batente. A maioria começou a trabalhar às 7h.
Continua depois da publicidade
Ainda segundo o relato da partida feito pelo ge, nos primeiros minutos o jogo dava sinais de que seria como o planejado. O Vasco da Gama pressionava e mandava no jogo, empilhando boas chances.
Contudo, o começo promissor não resultava em gols. Se de início parecia que era questão de tempo para o placar ser inaugurado, conforme os minutos foram passando, a irritação do treinador foi aumentando.
Aos 29 minutos da primeira etapa, pênalti para o Vasco, era o momento mais iminente para abrir o placar. Romário, protagonista do tetracampeonato mundial da Seleção Brasileira, pegou a bola, se dirigiu para a cobrança e, perdeu. Acertou o travessão.
Continua depois da publicidade
O placar foi inaugurado aos 42 minutos, para o Vasco, mas com um gol marcado por um jogador do Breda. O zagueiro Burunga marcou contra.
Segundo a cobertura da partida, Renato Gaúcho estava tão irritado com a equipe que, na tentativa que conseguissem marcar um gol por eles próprios, alongou os tradicionais 45 minutos da primeira etapa para 60, mas não adiantou.
Exaustos, os jogadores do Breda Rio pediram para que o tempo fosse encerrado. Cerca de 30 torcedores acompanharam o jogo-treino, provavelmente os amigos dos fiscais, cobradores e motoristas.
Continua depois da publicidade
Para a etapa complementar, o comandante vascaíno decidiu substituir os titulares para que não se desgastassem fisicamente. O adversário teria feito o mesmo.
O Vasco acabou o Campeonato Brasileiro de 2005 no meio de tabela. Ainda comandados por Renato Gaúcho, a equipe chegou ao vice-campeonato da Copa do Brasil no ano seguinte.
Ah... e no segundo tempo Renato Gaúcho resolveu "poupar" os titulares. A versão oficial é para não forçar físicamente. Para quem estava em São Jánuário, deu a impressão de outra coisa. O Breda Rio seguiu o exemplo. Aí, o mais difícil era encontrar alguém no adversário sem a tradicional barriga de chope.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade