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Denarc desativou uma refinaria de drogas em um sítio de Nazaré Paulista, no interior paulista | /DIVULGAÇÃO/POLÍCIA CIVIL
Após registrar aumento de apreensões de entorpecentes em São Paulo, o governo João Doria (PSDB) calcula ter conseguido aplicar um desfalque de R$ 450 milhões nas contas do crime organizado neste ano. Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), as polícias do Estado conseguiram apreender a quantidade recorde de 33,8 toneladas de cocaína, a droga mais lucrativa, até o mês de outubro. Também foram retiradas das ruas 102,5 toneladas de maconha e 1,6 tonelada de crack
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O valor é uma estimativa feita com base na média de preço praticado por traficantes - entre outros aspectos, ele varia com a pureza do produto ilícito. De acordo com investigadores do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), o quilo da cocaína renderia cerca de R$ 10 mil. Já maconha e crack valem, respectivamente, R$ 1 mil e R$ 6 mil.
Em São Paulo, o tráfico de drogas em larga escala é operado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo investigações, a maior parte da cocaína que chega ao Estado é produzida na Bolívia, enquanto a maconha vem do Paraguai.
Considerando apenas a cocaína, a carga total apreendida já é 78,8% maior do que em todo o ano de 2018, quando as policiais recolheram 18,9 toneladas da droga, até então o recorde de São Paulo. "O valor é considerável e a gente presume que representa um grande prejuízo ao crime organizado. Quanto maior é o valor, maior o golpe", diz o delegado Adilson da Silva Aquino, divisionário da Divisão de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), do Denarc.
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Para Aquino, o aumento das apreensões estaria ligado ao investimento da Polícia Civil para investigar e depois realizar grandes operações. Outra parte expressiva da carga viria da atuação da Polícia Militar, em especial nas rodovias, interceptando o transporte da droga, segundo o delegado.
Uma das ações de inteligência, por exemplo, aconteceu em outubro, quando o Denarc desativou uma refinaria de drogas em um sítio de Nazaré Paulista, no interior. Só nessa operação foram apreendidas 2,2 toneladas de cocaína.
"Em quantidade miúda, é quase impossível chegar a esse volume", afirma.
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Nas apreensões, é comum haver prisões em flagrante das chamadas "mulas", as pessoas que são usadas por grandes traficantes e ficam responsáveis por transportar a droga.
"A gente trabalha muito com informação", diz o delegado.
Foi dessa forma que investigadores detiveram, neste ano, uma mulher da República Checa que embarcaria com cocaína para a Europa - caso que chamou atenção dos policiais pela criatividade. Após aplicar uma mistura de resina, a droga foi disfarçada de tabuleiros de xadrez e obras de arte.
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"Havia um quadro da 'Santa Ceia' de cocaína", conta Aquino.
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