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ELEIÇÕES 2022

Eleições 2022: Veja quem pode concorrer ao Governo de São Paulo

Lideranças e partidos já se mexem para emplacar o substituto de João Doria no Palácio dos Bandeirantes; veja quais são os possíveis candidatos

Bruno Hoffmann

Publicado em 28/07/2021 às 13:20

Atualizado em 29/07/2021 às 10:52

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Lideranças que podem concorrer ao Governo de SP em 2022 / /Arte: Gazeta de S. Paulo

O primeiro turno das eleições para o Governo de São Paulo (e para Presidência da República, Senado e Câmara dos Deputados) será realizado em 2 de outubro de 2022, mas a maioria dos partidos e dos possíveis pré-candidatos já estão se mobilizando para lançar seus postulantes para ocupar a cadeira principal do Palácio dos Bandeirantes. De acordo com levantamento da Gazeta, veja como começa a se desenhar o quadro político paulista para emplacar o substituto do governador João Doria (PSDB).

Líder na pesquisa Govnet/Opinião Pesquisa no cenário mais provável, divulgada com exclusividade pela Gazeta de S. Paulo em 7 de julho, o ex-governador Geraldo Alckmin estuda deixar o PSDB para concorrer por outra legenda e, dessa forma, buscar um quinto mandato como governador de São Paulo. O destino mais provável é o PSD, legenda comandada pelo ex-prefeito da Capital, Gilberto Kassab. Há também a possibilidade do PSB.

Há uma costura política sendo negociada neste momento para aumentar a força da possível candidatura capitaneada por Alckmin. Existe a possibilidade real de Alckmin sair candidato ao governo com o também ex-governador Márcio França (PSB) de vice. O ex-presidente da Fiesp, Paulo Skaf, se uniria a ambos para ser candidato ao Senado.

Nada garante, porém, que essa união se concretize. Há uma pressão entre eleitores para que França não abra mão de se candidatar ao governo paulista. Na pesquisa Govnet/Opinião Pesquisa, ele aparece numericamente na quarta colocação. Seu grande trunfo é a baixa taxa de rejeição entre os eleitores do Estado.

Questionado pela revista “Carta Capital” nesta semana se será candidato ao Governo de São Paulo, França respondeu: “Provavelmente”.

Por sua vez, o nome tucano provável para concorrer nas eleições é do atual vice-governador Rodrigo Garcia, que deixou o DEM em maio para seguir ao PSDB justamente para ganhar força eleitoral. Ele tem apoio do diretório municipal do PSDB na Capital. “Eu apoiarei o governador Rodrigo Garcia se tiver prévias [ao Governo de São Paulo]”, disse o presidente do PSDB na cidade de São Paulo, Fernando Alfredo, em entrevista à Gazeta neste mês.

Na direita, o nome do deputado federal Vinicius Poit aparece como favorito dentro do Novo. Ele é conhecido pelo bom trânsito entre as diferentes correntes políticas da Câmara dos Deputados. O partido afirma que faz um “processo seletivo” para escolher seus candidatos.

Em março deste ano, como antecipou a Gazeta, ele já falava em ser pré-candidato ao governo do Estado, mas não admitia publicamente. Ele só anunciou a intenção em maio, inclusive em uma entrevista à Gazeta. “A minha ideia não é esperar chegar lá na frente para começar. Já estou estudando um plano de governo, rascunhando, conversando com as pessoas que vão contribuir”, revelou Poit.

Outro nome que deve surgir nas urnas é o do deputado Arthur do Val, o Mamãe Falei (Patriota), chancelado pelo quarto lugar nas eleições a Prefeito de São Paulo em 2020, com quase 10% dos votos válidos. Em entrevista ao “Antagonista”, o parlamentar afirmou que o MBL não pode mais ficar de fora das eleições majoritárias.

“Muito provavelmente vou disputar o Governo de São Paulo”, disse Arthur do Val.

Na ala bolsonarista, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, pode concorrer em São Paulo em 2022. A sugestão por sua pré-candidatura foi feita pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em algumas oportunidades. “O Tarcísio vai pra São Paulo ou não vai? Vai fazer uma limpeza em São Paulo ou não vai? Eu acho que o pessoal de São Paulo vai ser premiado com o Tarcíso”, disse o presidente durante uma de suas motociatas, no Rio, em 23 de maio.

Já há também articulações para saber quem seria seu candidato a vice. O deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP) aposta em sua fidelidade a Bolsonaro e a sua ligação com o setor da segurança pública para conquistar simpatia ao seu nome para a empreitada.

“Se ele [Tarcísio] quiser me chamar de vice-governador, teria um trabalhador ao lado dele o tempo todo. Mas eu vou apoiar o governador que o presidente Bolsonaro apoiar”, disse Tadeu, em entrevista à Gazeta em junho deste ano. “Em São Paulo 2 milhões de votos não elege um governador, mas dá para dizer quem a gente não quer. Dá para tirar. Quer puxar 2 milhões de votos? Coloque um representante da segurança pública como vice-governador. E aí eu levanto a mão. Eu topo ir para a briga. Ainda mais com o Tarcísio...”, completou o parlamentar.

A favor de Tarcísio está sua fama de ser reservado e técnico, o oposto do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, de trato mais polêmico, que caiu no gosto dos bolsonaristas fervorosos. De acordo com reportagem de “O Globo”, Weintraub, porém, estuda concorrer ao cargo por outro partido, caso a opção de Bolsonaro seja realmente por Tarcísio.

Caminhos da esquerda

Os dois nomes mais fortes da esquerda para o Governo de São Paulo para 2022 são o do coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos (PSOL), e do ex-prefeito da Capital, Fernando Haddad (PT). Pela pesquisa Govnet/Opinião Pesquisa, inclusive, ambos são, nessa ordem, os preferidos pelo eleitor paulista para o Governo de São Paulo depos de Alckmin, o que não significa um caminho simples. Nunca um candidato assumidamente de esquerda conquistou o governo paulista desde a redemocratização do País.

Guilherme Boulos, porém, está fortalecido por ter chegado ao segundo turno nas eleições paulistanas, e já começou a viajar pelo interior paulista – região historicamente com maior rejeição a nomes considerados de esquerda em comparação à Capital – para angariar apoio.

Em junho, por exemplo, Boulos visitou a região de Campinas para encontros com comerciantes, sindicalistas, sem-teto, vereadores e professores universitários e pesquisadores de agronomia.

Em contato com a Gazeta, a assessoria de Boulos confirma que ele deve concorrer ao executivo estadual.

“Boulos colocou, sim, seu nome à disposição do PSOL para concorrer ao governo do Estado, e vem trabalhando pela unidade das forças progressistas para derrotar o projeto do PSDB, que domina São Paulo há mais de 20 anos”, diz a assessoria.

Apesar da boa relação, a ascensão de Boulos pelo interior preocupa alas do PT, pela divisão que o psolista causaria em votos da esquerda. Na Capital, por exemplo, ele chegou em 2020 bem à frente de Jilmar Tatto, o então candidato petista à Prefeitura de São Paulo.

Nos bastidores, parte das lideranças do PT também reclama da aparente falta de interesse por ora de Haddad no tema. O consenso é que Boulos está mais rápido em buscar apoio no Interior. Segundo uma fonte ouvida pela reportagem, a impressão é que ele não está interessado em disputar o cargo, mas coordenar a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidente, para, depois, se tornar ministro.

Há pressão de setores para que Haddad seja candidato ao Palácio dos Bandeirantes, por acreditarem que o partido não tem nenhum nome tão relevante eleitoralmente quanto ele no Estado. Para a esquerda, a avaliação é também que seria importante ter dois nomes fortes ao Governo de São Paulo, para Lula ter dois palcos no Estado durante as eleições.

De acordo com análise de Douglas Izzo, presidente da CUT-SP, o momento é favorável para a esquerda no estado de São Paulo, apesar de dizer que ainda é muito cedo para saber se esse quadro vai se manter até outubro do próximo ano.

“A expectativa é positiva para 2022 aqui em São Paulo em função da divisão interna do PSDB, do ex-governador Geraldo Alckmin poder sair para outra sigla. O PSDB, então, iria com o vice-governador [Rodrigo Garcia], que não aparece bem nas pesquisas. Além da divisão do PSDB, tem também o Mamãe Falei, que vem com uma candidatura por fora e vai dividir os votos do centro e da direita”, explica.

“Hoje, de forma inédita, a esquerda aparece muito bem com o ex-prefeito Fernando Haddad e com Boulos, além do Márcio França, que aparece bem na pesquisa. A esquerda precisa de candidaturas fortes”, finaliza o presidente da CUT-SP.

*Crédito das fotos: Geraldo Alckmin: Ciete Silvério - Arthur do Val: Divulgação/Alesp - Guilherme Boulos: Bruna Grassi/Brazil Photo Press/Folhapress - Fernando Haddad: Rovena Rosa/Agência Brasil - Márcio França: Divulgação - Rodrigo Garcia: Divulgação/Câmara dos Deputados - Tarcísio Gomes de Freitas: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil - Vinicius Poit/Divulgação

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