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Estudo relaciona sabedoria popular a princípios científicos | Freepik
Os ditados populares fazem parte do cotidiano brasileiro. São frases curtas que atravessam gerações e sugerem conselhos, alertas e reflexões. Muitos deles parecem apenas sabedoria passada de boca em boca. Mas parte dessas expressões encontra respaldo na ciência.
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Frases como "água mole, em pedra dura, tanto bate até que fura", "filho de peixe, peixinho é" e "onde há fumaça, há fogo" seguem vivas na cultura.
Nem sempre refletimos sobre suas bases científicas. Especialistas ouvidos pelo UOL ajudaram a explicar como a ciência dialoga com a tradição.
A seguir, cinco exemplos de ditados que ganham reforço das evidências.
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O provérbio destaca a força da repetição e da paciência. A ciência vê lógica nisso, afirma José Eduardo Mautone Barros, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG.
“Água é um solvente universal e pode dissolver boa parte dos materiais, inclusive os minerais.”
O processo depende de tempo, pressão e velocidade. Na natureza, cavernas se formam ao longo de milhões de anos. Em condições extremas, a água também quebra rochas por impacto.
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Usado para explicar semelhanças familiares, o ditado tem base genética.
“Acho que o ditado vem dessa observação empírica, que hoje sabemos estar relacionada à informação que é passada pelo DNA”, diz a geneticista Maria Cátira Bortolini, da UFRGS.
Ela lembra que, antes de Mendel, acreditava-se que a herança vinha da “mistura de sangue”. Daí o uso de expressões como "puxou o sangue do pai".
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A expressão sugere sinais prévios de risco. A ciência amplia esse entendimento ao explicar como a fumaça se forma.
A coluna visível à distância é composta, em grande parte, por vapor de água. Já a parte escura perto das chamas reúne partículas como fuligem.
O tipo de material queimado define essa composição. Assim, o fogo costuma gerar fumaça, mas o conceito pode ser mais amplo do que indica o provérbio.
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O ditado é coerente com práticas de saúde e economia.
"Se a medicina prevenir o câncer em uma pessoa, evita uma doença que talvez nem consigamos remediar no futuro e que pode causar a morte", afirma Juarez Cunha, pesquisador e médico do Hospital das Clínicas de Porto Alegre.
Vacinas exemplificam bem essa lógica. Elas bloqueiam doenças antes que elas surjam e eliminam a necessidade de tratar sintomas mais tarde.
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A frase trata das escolhas afetivas. A ciência explica parte disso por substâncias que modulam comportamentos sociais.
"Há uma série de hormônios que atuam no nosso sistema nervoso central e modulam os comportamentos sociais", diz Maria Cátira Bortolini.
Endorfina, dopamina e oxitocina influenciam vínculos e percepções. Genes também têm papel no comportamento, mas não atuam sozinhos.
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