Álcool no pão de forma: como isso acontece e quais marcas possuem maior teor alcoólico

A Proteste (Pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), divulgada em 11 de julho de 2024, apontou a presença de álcool em produtos de diversas marcas populares de pães de forma.

Este teor alcoólico poderia até, por exemplo, fazer com que a pessoa que consumiu o pão acabasse reprovada no teste do bafômetro.

Tem álcool no pão de forma?

Sim, há álcool no pão de forma. Ele surge naturalmente ainda nos primeiros estágios da fabricação dos pães, trata-se do "antimofo". Nesta fase, os açúcares da massa são transformados em álcool etílico e gases.

Boa parte do produto evapora no forno, contudo algumas indústrias diluem conservantes na substância para evitar o mofo e garantir a integridade do pão. Porém, quando feito em excesso, pode levar a teores elevados de etanol no produto final, diz a Proteste.

Após a realização de alguns testes, a Proteste enviou um ofício com os resultados para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com a sugestão de que o estabelecimento coloque um percentual máximo de álcool nos pães e faça a realização de ações de fiscalização.

Quais marcas de pães têm álcool?

Segundo o levantamento, caso os pães fossem bebidas, os produtos de cinco marcas seriam considerados alcoólicos, ou seja, com teor de álcool superior a 0,5%:

• Visconti (teor alcoólico de 3,37%),
• Bauducco (1,17%),
• Wickbold 5 Zeros (0,89%),
• Wickbold Sem Glúten (0,66%),
• Wick Leve (0,52%), e
• Panco (0,51%). 

Quantas fatias de pães de forma são necessárias comer para reprovar no teste do bafômetro?

Considerando os índices do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a quantidade segura de álcool no organismo (circulando no sangue) seria abaixo de 3,3 gramas (g) de álcool. Conforme dados da pesquisa, duas fatias do pão de forma da marca Visconti teriam o equivalente a 1,69 g de álcool; da Bauducco, a 0,59 g; e da Wickbold 5 Zeros, a 4,45 g.

No caso de grávidas e lactantes, a ingestão de pães de forma em abundância pode acabar sendo prejudicial, como cita o texto da pesquisa:

"Para grávidas e lactantes, a ingestão recorrente de álcool, mesmo que em baixas doses, pode afetar o aprendizado e ocasionar problemas de memória. A síndrome alcoólica fetal (SAF), ocasionada pela ingestão de álcool, é caracterizada por anormalidades no neurodesenvolvimento do sistema nervoso central, retardo de crescimento e problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade".