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Cientistas encontram cidade submersa na Alemanha que era considerada lenda

Por séculos tida como fábula, uma cidade medieval submersa volta ao mapa e revela um porto ativo, uma igreja e um cotidiano surpreendente

Gabriela Barbosa

05/11/2025 às 08:15

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Cidade de Rungholt, na Alemanha, era considerada uma lenda até cientistas encontrarem vestígios de sua existência

Cidade de Rungholt, na Alemanha, era considerada uma lenda até cientistas encontrarem vestígios de sua existência | Reprodução/Youtube

Primeiro vieram as marcas no subsolo, depois os mapas que não combinavam com a paisagem. Em seguida, estruturas alinhadas e pistas de um porto antigo. Foi assim que uma “cidade perdida” emergiu do rumor à evidência científica.

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O cenário fica no Mar de Wadden, no norte da Alemanha, onde uma tempestade em janeiro de 1362 engoliu um assentamento inteiro. Por séculos, muita gente chamou a história de lenda. Agora, a arqueologia mostra que havia ali uma comunidade próspera.

Entre dunas e lama, pesquisadores localizaram a planta de uma igreja e linhas que lembram ruas e drenagens. Somando fragmentos, o desenho urbano reaparece. Só então o nome volta à boca do povo: Rungholt, a cidade que o mar tentou apagar.

O mito que virou mapa

Durante gerações, pescadores e cronistas falaram de uma cidade castigada pelo mar. Mas, assim como a cidade perdida de Atlântida, faltavam provas de sua existência.

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A virada veio quando leituras do subsolo apontaram alinhamentos geométricos onde só se esperava sedimento. A lenda, enfim, ganhou contorno técnico.

As equipes delimitaram cerca de dez quilômetros quadrados com vestígios coerentes: traços de quarteirões, barreiras hidráulicas e acessos às rotas aquáticas. Nada disso ocorre ao acaso. O conjunto sugere um núcleo planejado, ligado ao comércio regional.

No centro, a fundação de uma igreja indica um marco cívico e religioso. Ao redor, surgem residências e passagens que organizavam o fluxo de gente e mercadorias. A paisagem atual, plana e silenciosa, escondeu por séculos uma cidade viva e conectada.

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Como acharam paredes sob a lama

Para enxergar além da maré, a equipe usou gradiometria magnética e indução eletromagnética. Esses métodos captam variações de materiais enterrados e permitem mapear fundações, canais e pisos sem abrir uma única trincheira de escavação.

A cada varredura, linhas e ângulos se repetiam, desenhando muros, drenagens e possíveis cais. O padrão não seguia formas naturais. Era obra humana, preservada como impressão digital no terreno — um negativo de pedra e madeira sob camadas de sedimento.

Com os mapas em mãos, vieram coletas controladas: cerâmicas, ligas metálicas e restos estruturais compatíveis com a Idade Média. Cruzando dados, os pesquisadores confirmaram: não era miragem. Rungholt realmente existiu — e floresceu antes da tempestade.

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Pistas do cotidiano medieval

Os achados indicam circulação de bens e estilos. Cerâmicas finas e adornos sugerem redes de troca além do entorno. As rotas aquáticas, tão próximas, faziam do porto um motor econômico, conectando a cidade a mercados do mar do Norte.

Resíduos alimentares revelam cardápios com peixes, mariscos e carnes de rebanho, como bovinos e ovelhas. Essa combinação fala de adaptação: aproveitar o que vinha das marés e o que se criava em terra, equilibrando abastecimento e sazonalidade.

Ao sair do mito, Rungholt entra na narrativa europeia do século 14. Suas ruínas mostram como comunidades costeiras viveram — e sucumbiram — a eventos climáticos extremos. E cada novo fragmento não fecha a história: convida a virar a próxima página.

Uma "cidade perdida" no Mar de Wadden deixou de ser lenda quando leituras do subsolo revelaram alinhamentos, um antigo porto e traços de urbanização
Uma "cidade perdida" no Mar de Wadden deixou de ser lenda quando leituras do subsolo revelaram alinhamentos, um antigo porto e traços de urbanização
Gradiometria magnética e indução eletromagnética mapearam fundações, ruas, drenagens e possíveis cais sob a lama
Gradiometria magnética e indução eletromagnética mapearam fundações, ruas, drenagens e possíveis cais sob a lama
Coletas controladas acharam cerâmicas, adornos e restos estruturais medievais, além da planta de uma igreja central
Coletas controladas acharam cerâmicas, adornos e restos estruturais medievais, além da planta de uma igreja central
Assim, Rungholt ressurge após a tempestade de 1362, oferecendo pistas sobre a vida costeira e os desafios climáticos do século 14 (Fotos: Reprodução/Youtube)
Assim, Rungholt ressurge após a tempestade de 1362, oferecendo pistas sobre a vida costeira e os desafios climáticos do século 14 (Fotos: Reprodução/Youtube)

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