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Com apenas 856 moradores, o município não registra um roubo há anos e mantém a tradição do 'fiado' no comércio local | YouTube
Serra da Saudade, em Minas Gerais, é o menor município brasileiro em número de habitantes, com 856 moradores registrados pelo IBGE em 2025. O município mantém essa posição há 12 anos. Apesar de ser o menos populoso, sua extensão territorial de 335,6 km² é ligeiramente maior que a da capital, Belo Horizonte.
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O PIB per capita em 2021 foi de R$ 28,3 mil, e, em 2024, as receitas brutas realizadas superaram R$ 31 milhões. A cota mensal do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em julho de 2024 foi de pouco mais de R$ 1 milhão.
Serra da Saudade tem apenas dois bairros, o centro e São Geraldo, e 30 ruas, como a Rio de Janeiro, que tem só uma casa. O comércio local inclui dois supermercados (um deles com 60 anos, que ainda usa a caderneta do fiado), uma padaria, uma casa lotérica e sete bares.
Não há farmácia nem posto de combustíveis; a prefeitura fornece medicamentos, e o abastecimento mais próximo fica a 15 km, em Estrela do Indaiá.
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O pequeno restaurante da dona Maria Avelina serve bufê e marmitas de comida mineira, principalmente para idosos. A cozinheira expressa ao Gazeta do Povo a tranquilidade da vida local: "Eu era merendeira. São poucos os clientes aqui, mas a paz de morar aqui ninguém paga".
No único posto de saúde, o médico Guilherme Neves de Azevedo, vindo de Belo Horizonte, relata a fácil adaptação e a intimidade com os pacientes. Não há filas de espera, e atendimentos especializados são feitos em Dores do Indaiá ou cidades vizinhas.
A segurança é um ponto forte. O tenente Fabrício Aparecido da Silva, da Polícia Militar, afirma que o último homicídio na cidade foi há cerca de 60 anos. Os registros de crimes são raros: no ano passado, foram dois furtos, e neste ano, um furto de celular (recuperado) em uma festa. Não há registro de roubos há anos.
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A segurança é reforçada pela comunicação entre moradores e policiais. O tenente explica: "Toda vez que chega algum veículo ou alguma pessoa na cidade que pode ser suspeita, os moradores já se movimentam e acionam a polícia para verificarmos. Abordamos com gentileza para saber o motivo da visita".
Embora haja Wi-Fi gratuito na praça central, a rotina social ocorre offline, com conversas nas calçadas. O secretário municipal de Educação, Esporte, Lazer e Turismo, Ivan Hernane de Oliveira, resume o forte laço social: "A gente cresceu diante dos idosos de hoje. Crescemos com os filhos e netos deles. Nossos filhos crescem juntos. Somos uma grande família aqui".
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