A+

A-

Alternar Contraste

Quinta, 29 Maio 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta Gazeta Mais Seta

Curiosidades

Conheça a história e o significado do Marco Zero de São Paulo

Símbolo central da cidade, o Marco Zero de São Paulo marca o ponto de partida das principais vias paulistanas e guarda curiosidades sobre a história da capital

Raphael Miras

28/05/2025 às 15:23

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
O Marco Zero de São Paulo é um ponto turistico tradicional da Capital

O Marco Zero de São Paulo é um ponto turistico tradicional da Capital | Wikimedia Commons

Localizado na Praça da Sé, o Marco Zero de São Paulo representa tradicionalmente o centro da capital paulista. 

Continua depois da publicidade

Sua função para a cidade é de extrema importância, pois o monumento serve como um ponto de referência para a numeração das vias públicas e rodovias estaduais, bem como para a medição de linhas ferroviárias, aéreas e telefônicas

Instalado em 1934 pelo jornalista Américo R. Netto, membro da Associação Paulista de Boas Estradas, o Marco Zero é um ponto turístico tradicional para quem visita à área central da capital, e conta com alguns elementos peculiares que ajudam a contar um pouco da história da cidade.

História do Marco Zero

A busca por um ponto central não foi fácil. Houve três "Marcos Zeros" anteriores que não conseguiram estabelecer um ponto inicial consensual para as estradas que partiam de São Paulo. 

Continua depois da publicidade

O primeiro ficava em frente à primeira igreja da Sé, na altura da atual rua Venceslau Brás. O segundo não era um monumento, mas a torre da segunda igreja. 

Posteriormente, um terceiro monumento foi criado ao lado da mesma matriz, na tentativa de retirar da igreja a função de demarcar a centralidade urbana.

Com a demolição da velha igreja em 1911, a cidade e o estado ficaram sem esse ponto consensual. 

Continua depois da publicidade

Isso gerou confusão, com a quilometragem de estradas determinada por vários pontos espalhados pela cidade ou em seus arredores, como um marco na Penha para a estrada SP-Rio ou outro em Perdizes para a SP-Minas.

Depois de dez anos, em 1921, o jornalista Américo R. Netto, membro da Associação Paulista de Boas Estradas, propôs a retomada da ideia de um Marco Zero para a cidade, preocupado com a ausência dessa centralidade. 

Ele recorreu ao artista francês Jean Gabriel Villin para os desenhos e a concepção da obra. No entanto, a proposta só encontrou respaldo e foi aprovada em 1932 pelo Prefeito Antonio Carlos Assumpção.

Continua depois da publicidade

Monumento atual

O monumento atual, instalado em frente à Catedral em 1934, é um bloco de mármore (extraído de Cachoeira Paulista) em formato hexagonal. Ele mede 1,13 metro de altura e tem dimensões de 0,70m x 0,70m, apoiado sobre uma base de granito de 0,15m. 

No topo, uma placa de bronze exibe um mapa das estradas que partem de São Paulo. A placa atual é uma réplica da original, que foi roubada, mas a original apresentava pontos importantes da cidade da época.

Entre esses pontos, os rios Tietê e Pinheiros, a Estação da Luz, a Faculdade de Medicina da USP, o Museu do Ipiranga (escrito como "Ypiranga") e vias como a Rua Voluntários da Pátria, a Rua da Consolação e a avenida Paulista.

Continua depois da publicidade

O grande destaque da obra são os adornos nas seis faces do hexágono, esculpidos por Jean Gabriel Villin. Cada face representa um lugar para onde o Marco Zero aponta, com um símbolo que expressava a imagem que os paulistanos tinham dessas regiões nos idos de 1930:

  • Rio de Janeiro (nordeste): representado pelo Pão de Açúcar.
  • Santos (sudeste): um Navio a vapor, destacando a importância do porto para a economia paulista e brasileira, especialmente o café.
  • Paraná (sul): a Araucária, árvore-símbolo do estado.
  • Goiás (noroeste): uma Bateia, instrumento de garimpeiro para mineração de superfície.
  • Minas Gerais (norte): Ícones associados à mineração profunda, como picareta e lanterna ou equipamento de mineração.
  • Mato Grosso (sudoeste): Iconografia associada aos bandeirantes, figuras cultuadas no imaginário paulista da época pela expansão territorial. O símbolo inclui armas e armaduras ou vestimenta utilizadas por eles.

A escolha da Praça da Sé para a instalação do Marco Zero atual baseou-se em uma tradição histórica. Na era colonial, os paulistas orientavam-se pelas distâncias a partir da porta do templo no antigo "largo da Sé".

Inaugurado em 18 de setembro de 1934 pelo prefeito Fábio da Silva Prado, o Marco Zero de São Paulo foi o primeiro Marco Zero de toda a América do Sul. Sua iniciativa serviu de exemplo para outros estados brasileiros, que logo construíram seus próprios marcos.

Continua depois da publicidade

Além de sua função prática, o monumento possui um profundo valor simbólico. Ele expressa a ideologia do período em que foi concebido, com um forte sentimento paulista que ressalta o papel central do Estado de São Paulo na formação do Brasil. 

Representa a conexão de São Paulo com outras regiões, simbolizada nas faces do hexágono, e como os paulistanos viam seus vizinhos nos anos 30.

Em 2007, o Marco Zero foi tombado pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo). No mesmo ano, passou por restauração.

Continua depois da publicidade

Turismo no Marco Zero

Hoje, o Marco Zero é um ponto turístico tradicional. Ao visitá-lo, o público pode aproveitar para conhecer outros locais de grande relevância histórica e turística nas proximidades, como a Caixa Cultural, o Solar da Marquesa de Santos, a Casa da Imagem, o Museu das Favelas e o Pateo do Collegio/Museu Anchieta.

Em suma, o Marco Zero de São Paulo é um marco geográfico essencial, um monumento histórico que narra a evolução urbana e a busca por uma centralidade, e um símbolo potente da identidade paulista e de sua projeção no território nacional.

O monumento atual, instalado em frente à Catedral em 1934, é um bloco de mármore (extraído de Cachoeira Paulista) em formato hexagonal. Ele mede 1,13 metro de altura e tem dimensões de 0,70m x 0,70m, apoiado sobre uma base de granito de 0,15m. 
O monumento atual, instalado em frente à Catedral em 1934, é um bloco de mármore (extraído de Cachoeira Paulista) em formato hexagonal. Ele mede 1,13 metro de altura e tem dimensões de 0,70m x 0,70m, apoiado sobre uma base de granito de 0,15m. 
O grande destaque da obra são os adornos nas seis faces do hexágono, esculpidos por Jean Gabriel Villin. Cada face representa um lugar para onde o Marco Zero aponta, com um símbolo que expressava a imagem que os paulistanos tinham dessas regiões nos idos de 1930.
O grande destaque da obra são os adornos nas seis faces do hexágono, esculpidos por Jean Gabriel Villin. Cada face representa um lugar para onde o Marco Zero aponta, com um símbolo que expressava a imagem que os paulistanos tinham dessas regiões nos idos de 1930.
A placa atual é uma réplica da original, que foi roubada, mas a original apresentava pontos importantes da cidade da época, como os rios Tietê e Pinheiros, a Estação da Luz, a Faculdade de Medicina da USP, o Museu do Ipiranga (escrito como "Ypiranga") e vias como a Rua Voluntários da Pátria, a Rua da Consolação e a Avenida Paulista. Fotos: Wikimedia Commons
A placa atual é uma réplica da original, que foi roubada, mas a original apresentava pontos importantes da cidade da época, como os rios Tietê e Pinheiros, a Estação da Luz, a Faculdade de Medicina da USP, o Museu do Ipiranga (escrito como "Ypiranga") e vias como a Rua Voluntários da Pátria, a Rua da Consolação e a Avenida Paulista. Fotos: Wikimedia Commons
*}

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados