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O uso desses fones de ouvido especiais pode deixar o ouvido e o cérebro mal acostumados. | Imagem: Bicanski/Pixnio
Os fones de ouvido com a tecnologia de cancelamento de ruído ativo (ANC) estão tomando o mercado e ficando cada vez mais baratos, mas pesquisadores britânicos sugerem que eles podem fazer mal para a saúde.
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Motores, máquinas, ruas cheias e equipamentos de som tornam as cidades cada vez mais barulhentas. Os fones ANC são a opção favorita de quem busca um alívio desses estímulos sonoros constantes.
Mas os pesquisadores sugerem que passar longos períodos no silêncio artificial pode ter relação com o aumento de casos de Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC) na Inglaterra.
O Distúrbio do Processamento Auditivo Central é uma condição caracterizada não pela incapacidade de ouvir, como acontece na surdez, mas pela incapacidade de discernir entre sons diferentes.
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“O paciente até consegue ouvir as informações sonoras, mas não consegue compreendê-las ou armazená-las”, explica o portal Central da Saúde.
Sophie, uma paciente com o distúrbio, contou para a BBC que percebeu na faculdade que preferia ver as aulas gravadas com legenda.
“Tudo parecia um monte de grunhido quando eu estava na aula, e eu ficava tentando entender”, conta ela. Ela também afirma que isso impacta sua vida social, fazendo ela sair mais cedo de bares e encontros por causa do “barulho insuportável”.
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Sophie afirmou para a matéria que utiliza fones de ouvido com cancelamento de ruído ativo por até 5 horas por dia. Segundo Claire Benton, vice-presidente da Academia Britânica de Audiologia, essas duas coisas podem estar interligadas.
“Essas habilidades de escuta mais complexas e de alto nível em seu cérebro só terminam de se desenvolver no final da adolescência”, afirma a doutora. Ela chama o silêncio artificial dos fones de “mundo falso”.
“Se você só usa fones de ouvido com cancelamento de ruído e está neste mundo falso no final da adolescência, está atrasando um pouco sua capacidade de processar a fala e o ruído”, afirmou ela para a reportagem da BBC.
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“O diabo mora nos detalhes”, afirma Wayne Wilson, professor da Universidade de Queensland. Para ele, “quais sons, quais cenas, qual barulho, qual cancelamento de ruído, por quanto tempo o cancelamento atua e qual é a idade da criança”, tudo isso precisa ser investigado.
Embora haja indícios, como o aumento de casos de DPAC na Inglaterra depois da pandemia, justamente quando os fones de cancelamento de ruído se tornaram populares, os pesquisadores não conseguiram estabelecer uma ligação concreta.
Mais estudos estão sendo realizados na área, mas de qualquer maneira a recomendação é não utilizar os fones de cancelamento de ruído ativo por períodos prolongados de tempo.
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