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Lobos-guará adoram essa frutinha | Imagem: Jonathan Wilkins/Wikimedia Commons
Chamada de fruta-do-lobo ou lobeira, a Solanum lycocarpum compõe cerca de 50% da alimentação de lobos-guará. Mas a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP mostrou que a fruta pode combater uma doença bastante grave.
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Segundo os pesquisadores, os compostos da lobeira podem ser utilizados para criar uma nanopartícula que combate o câncer de bexiga. Os resultados foram publicados na revista International Journal of Pharmaceutics.
O câncer de bexiga é o 12º câncer mais comum no Brasil, em 2020 a doença levou a vida de 5 mil pacientes. Entenda como a fruta favorita do lobo-guará reduzir essa taxa e salvar também os seres humanos.
A pesquisadora Ivana Pereira Santos Carvalho defendeu a tese em 2022, e explicou melhor o resultado de seu estudo para o Jornal da USP.
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Da fruta-do-lobo os pesquisadores extraíram a solasonina e solamargina, que já eram substâncias conhecidas como anticancerígenas. Depois, os compostos foram envolvidos em nanopartículas de quitosana e manteiga de illipê.
Em testes com camundongos, a administração da nanopartícula diminuiu “significativamente” o volume dos tumores de bexiga. A professora Priscyla Daniely Marcato, que orientou o estudo, explica que as partículas são “cerca de 600 mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo”.
A solasonina e solamargina são compostos tóxicos que algumas plantas formam, mas que se mostram eficazes em combater a multiplicação das células defeituosas que formam os tumores.
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Uma das vantagens do tratamento com nanopartículas desenvolvidos pelo FCFRP, além da alta eficácia, é a estabilidade do medicamento. Outra vantagem é a capacidade de injetar o tratamento diretamente na bexiga dos camundongos. Nas palavras da professora:
“Essa abordagem representa uma alternativa promissora para o tratamento do câncer de bexiga, unindo compostos naturais e nanotecnologia, visando a tornar o tratamento mais eficaz”
Agora os próximos passos são avaliar quais são os efeitos colaterais do tratamento e verificar a segurança para testes em humanos:
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“É fundamental realizar mais estudos de segurança, especialmente para ajustar a dosagem ideal que seja eficaz contra o câncer e com menos efeitos colaterais”, explicou Priscyla.
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