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Chamada de lagartixa-de-dedos-de-folha (Phyllodactylus maresi), ela é um réptil músculo, com um tamanho menor que 10 centímetros de comprimento | Divulgação/Island Conservation
Desaparecida desde o século 16, uma espécie de uma lagartixa foi identificada na Ilha de Rábida, no arquipélago de Galápagos, na costa do Equador. Chamada de lagartixa-de-dedos-de-folha (Phyllodactylus maresi), ela é um réptil músculo, com um tamanho menor que 10 centímetros de comprimento.
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O único conhecimento sobre o animal era por meio de vestígios fósseis de cinco mil anos. A crença era de que esta lagartixa havia sido extinta antes da chegada dos humanos no local por volta do século 16.
Saiba abaixo mais sobre o animal e seu reaparecimento.
Segundo a revista New Scientist, as lagartixas-de-dedos-de-folha são discretas e pequenas, com os adultos medindo pouco mais de sete centímetros de comprimento.
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Em Galápagos, vivem na maioria das ilhas, cerca de 11 espécies de lagartixas-de-dedos-de-folha. Contudo, devido à natureza noturna e mais reservada da espécie, elas podem estar entre os vertebrados terrestres "menos conhecidos" do arquipélago, conforme apontou a Smithsonian Magazine.
Os estudos genéticos em laboratório revelaram que as lagartixas-de-dedos-de-folha de Rábida pertencem a uma linhagem diferente das espécies observadas em outras ilhas do arquipélago.
A única prova oficial de que as lagartixas estiveram na ilha em tempos antigos ficou por conta de restos de fósseis entre 5.700 a 8.540 anos. No século 16, os humanos chegaram ao local e era considerado que a espécie já não existia mais por lá.
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Alguns séculos depois, a presença humana fez com que ratos chegassem até a ilha, o que gerou um desequilíbrio na cadeia alimentar local, dizimando pássaros, répteis e plantas. Com isso, caso as lagartixas ainda existissem, teriam recebido seu golpe fatal, segundo pesquisadores.
Em 2011, como forma de erradicar os roedores invasores, um projeto utilizou helicópteros para lançar iscas envenenadas em várias ilhas de Galápagos. O projeto foi considerado um sucesso em Rábida, e ao que tudo indica, a remoção dos roedores invasores deu um impulso ao retorno das lagartixas.
Um ano depois, um grupo de biólogos encontrou uma única lagartixa-de-dedos-de-folha na ilha, o que à época já surpreendeu muitos especialistas. Eles chegaram a fotografá-lo e o coletar para estudos, mas o perderam. Sete anos depois, em 2019, o número subiu para nove, seguidos por 10 exemplares registrados em 2021.
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Com as espécies estudadas por meio de exames de DNA e comparação de características anatômicas, foi confirmado que se estava diante, após tanto tempo, de lagartixas-de-dedos-de-folha. Isso foi confirmado pela coautora do estudo, Paula Castaño, gerente do programa de impacto da Island Conservation, à New Scientist.
"Realizamos um monitoramento extensivo antes da remoção dos ratos invasores, e [as lagartixas-de-dedos-de-folha] não foram detectadas", afirmou.
A especialista classificou o retorno como um dos mais emblemáticos.
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“Acreditamos que uma pequena população resistiu todos esses anos e, então, sem predadores invasores, finalmente teve a oportunidade de se recuperar e crescer. Podemos chamar isso de um dos retornos mais históricos de todos os tempos”, finalizou.
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