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Essas descobertas apontam para um conjunto de genes "sortudo" e um tipo específico de célula imunológica no intestino, que influenciam diretamente como o corpo processa e armazena gordura | Freepik
Você já se perguntou por que aquele amigo pode comer à vontade, inclusive alimentos ricos em gordura e açúcar, e ainda assim não engordar? A ciência começou finalmente a desvendar esse mistério.
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Estudos importantes trouxeram novas luzes sobre o fenômeno das pessoas consideradas "magras de ruim", revelando que o segredo pode estar em uma complexa combinação de fatores genéticos e celulares.
Pesquisas inovadoras, publicadas em periódicos renomados, como Nature e PLOS Genetics, indicam que a magreza natural vai muito além da dieta ou do exercício.
A pesquisa da Universidade de Cambridge e Bristol, mostrou que pessoas naturalmente magras, que não conseguem ganhar gordura, possuem uma carga menor de genes que aumentam as chances de sobrepeso.
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Enquanto isso, indivíduos obesos têm maior probabilidade de apresentar um conjunto de genes ligado à obesidade. Assim, o "segredo" da magreza pode ter mais a ver com herdar um conjunto de genes do que um simples exercício ou dieta.
De fato, o estudo analisou o DNA de milhares de pessoas magras e obesas, além de um grupo com peso normal, para comparar suas composições genéticas.
Isso revelou que os magros não apenas tinham menos genes associados à obesidade, mas também apresentavam alterações em regiões genéticas recém-descobertas relacionadas à magreza saudável.
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Desse modo, o peso de alguém é muito mais complexo do que se imagina, desafiando julgamentos.
Outro estudo, publicado na Nature, destacou o papel crucial das células T intra-epiteliais: um tipo de célula imune presente no revestimento do intestino delgado.
Essas células, quando possuem um gene ativo para a proteína integrina beta 7, podem influenciar o metabolismo, favorecendo o armazenamento de gordura em vez do uso de energia. Este é um achado significativo para a compreensão do ganho de peso.
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Para testar essa hipótese, pesquisadores do Massachusetts General Hospital e da Harvard Medical School alimentaram camundongos sem essas células com uma dieta rica em gordura e açúcar.
O resultado foi surpreendente: os animais não desenvolveram obesidade, pressão alta, colesterol alto ou diabetes, ao contrário do grupo controle que engordou mais mesmo comendo menos. Evidencia-se, assim, o impacto dessas células no metabolismo.
Uma pesquisa do Instituto de Ciências da Saúde da Nestlé, divulgada no American Journal of Clinical Nutrition, trouxe mais uma explicação para a magreza inata.
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Pessoas naturalmente magras, que não engordam mesmo comendo bastante, possuem células adiposas menores e mais ativas. Suas células de gordura são cerca de 40% menores em comparação com as de indivíduos com IMC normal.
Além disso, essas células adiposas mostram expressões anormalmente altas de genes envolvidos na quebra e produção de gordura. Elas também apresentam mitocôndrias mais ativas, que usam energia para ajudar na renovação celular.
Consequentemente, as células de gordura dos "magros de ruim" queimam gordura para gerar energia tão rapidamente que não há tempo para acumulá-la e provocar ganho de peso.
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As descobertas sobre o papel da genética, das células imunes e das células de gordura na magreza abrem um horizonte de possibilidades para a medicina.
A identificação dos genes exatos envolvidos na magreza saudável e a compreensão aprofundada desses mecanismos podem, no futuro, moldar novas estratégias de emagrecimento. Portanto, a ciência avança na busca por tratamentos inovadores.
Contudo, é importante ressaltar que a inibição dessas células em humanos continua em um futuro distante e requer mais investigação.
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Mesmo com essas revelações genéticas, a velha recomendação de praticar exercícios físicos regularmente e adotar uma dieta saudável continua sendo um conselho válido e fundamental para todos, independentemente da composição genética individual
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