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A ATTO fica no meio da Amazônia e possui 325 metros de altura | Divulgação | Ascom
No coração da Amazônia, a 160 quilômetros de Manaus, ergue-se a Amazon Tall Tower Observatory (ATTO), a torre de observação climática mais alta em operação no mundo.
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Com 325 metros de altura, o equivalente a um edifício de mais de cem andares, a estrutura funciona como um observatório atmosférico que “ouve” e registra as mensagens emitidas pela floresta.
Instalada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, a torre foi inaugurada em 2015. É o resultado de uma parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Além dos Institutos Max Planck de Química e de Biogeoquímica, da Alemanha.
A ATTO foi projetada para medir, com precisão milimétrica, gases de efeito estufa, aerossóis, compostos orgânicos voláteis e variáveis meteorológicas em diferentes alturas da atmosfera.
De sua posição estratégica, recebe massas de ar que cruzam centenas de quilômetros de floresta antes de chegar à torre. Uma oportunidade única para observar o comportamento atmosférico da Amazônia com mínima interferência humana.
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Esses dados alimentam modelos climáticos globais, refinam estimativas do saldo de carbono da região e ajudam a identificar mudanças no papel da floresta, de sumidouro para fonte de dióxido de carbono (CO).
Com seus 325 metros, a ATTO supera estruturas icônicas da área, como o Boulder Atmospheric Observatory (300 m, nos Estados Unidos), desativado em 2016, e o mastro do KNMI, em Cabauw, na Holanda, com 213 m.
Outros mastros modernos voltados à medição de vento chegam a 300 m, mas não possuem a mesma abrangência de observações químicas e meteorológicas.
O papel da torre ganha ainda mais relevância diante do aumento de eventos climáticos extremos, como secas severas e ondas de calor na Amazônia.
Séries históricas de dados coletadas pela ATTO são essenciais para responder a perguntas cruciais da ciência do clima: a floresta ainda consegue compensar as emissões humanas? Quando deixa de ser sumidouro? Quais processos explicam essa transição?
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Mais do que um marco de engenharia, a ATTO se consolida como patrimônio estratégico da ciência brasileira — um observatório que traduz, em dados e evidências, os “recados” que a floresta envia sobre o futuro do planeta.
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