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Relatos expõem falta de educação, agressões e assédio sexual de clientes | Freepik
Muitas histórias de quem trabalha na linha de frente do atendimento ao cliente mostram o quanto o dia a dia pode ser desgastante.
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A partir de relatos reunidos pelo jornal finlandês Iltalehti, é possível entender melhor o que mais afeta esses profissionais e por que tantos acabam se demitindo.
A seguir, veja um panorama sobre as situações que aparecem com mais frequência.
Muitos entrevistados relatam que, às vezes, sequer recebem um cumprimento, o que cria um clima desconfortável logo no início do atendimento.
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"Muitas pessoas não têm nem as maneiras mais básicas, não respondem a cumprimentos, não sabem dizer obrigado ou por favor" descreveu um dos profissionais ouvidos pelo Iltalehti.
Além da falta de educação, os atendentes relatam vivenciar comportamentos agressivos dos clientes.
"Já fiz reservas e vendas por telefone. Recebo mensagens bem depreciativas sobre o meu trabalho e pessoas gritando comigo, perguntando por que liguei, que estavam no meio de algo muito importante" contou uma pessoa, sob o pseudônimo Miukumauku.
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Esse é um dos temas mais sensíveis apontados pelos entrevistados. Muitas mulheres relataram situações desconfortáveis que, com o tempo, se tornaram motivo para pedir demissão.
O pseudônimo Jonna explicou que até gestos de educação podem ser interpretados de forma equivocada.
"Se você sorrisse por muito tempo em uma situação de atendimento ao cliente ou prolongasse uma conversa amigável com um cliente homem, muitas vezes era interpretado como um desejo de conhecê-lo melhor" contou.
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Esses relatos espelham um problema mais amplo de desrespeito e assédio no ambiente de trabalho. Um levantamento do Instituto Patrícia Galvão indica que quase 80% das mulheres já sofreram violência ou assédio no trabalho.
Alguns dos entrevistados pelo Iltalehti sentiram uma piora no comportamento dos clientes. Um deles contou que atua na área há duas décadas e percebeu uma mudança clara nos últimos cinco anos:
"Não tenho mais prazer algum em atendê-los. As pessoas são egoístas, irritadas e mal-educadas. A mudança ocorreu após a pandemia. Sinto que perdi a fé nas pessoas" desabafou.
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Para outros funcionários, a alta nos preços também é um fator que agrava essas experiências.
"Os clientes estão mais irritados. Dá para entender. Há muitos desempregados, pessoas demitidas e com baixa renda" comentou o pseudônimo Väsynyt_kauppan_täti.
No Brasil, uma pesquisa da Neogrid mostra que 95% dos brasileiros perceberam alta nos preços do supermercado no último ano.
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