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O feito incrível que fez essa brasileira se tornar mundialmente famosa

Velejadora brasileira foi a mais jovem mulher a passar por perigosa rota

Leonardo Siqueira

22/10/2025 às 18:25

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Para Tamara, a experiência de navegar só, é algo único e que transformou o seu olhar

Para Tamara, a experiência de navegar só, é algo único e que transformou o seu olhar | Reprodução YouTube | Tamara Klink

“Continuar viva era mais difícil do que morrer, pois se eu ficasse sem casaco, eu congelava, se eu caísse na água, eu congelava… E mesmo assim eu me sentia muito feliz de estar lá, muito grata por tudo, por cada copo de água”, relatou Tamara ao portal NatGeo. 

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A velejadora Tamara Klink realizou a temida travessia solo da Passagem Noroeste do Ártico (da Groenlândia ao Alasca, nos Estados Unidos) em 21 de setembro de 2025. Desde então ficou mundialmente famosa como a primeira mulher latino-americana e mais jovem do mundo, 28 anos, a fazer esse trajeto de 6.500 km sozinha. 

Paulista, a Tamara é formada em arquitetura naval pela Escola Nacional Superior de Arquitetura de Nantes, na França. Já fez outras expedições desafiadoras a bordo do seu pequeno veleiro “Sardinha”. 

Durante 2020 e 2021 atravessou o oceano Atlântico sozinha partindo da Noruega e chegando ao Brasil — nesta ocasião também foi a mais jovem latino-americana a realizar o feito. 

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Dois anos depois, cruzou o Atlântico da França até a Groenlândia. Em 2024, foi a primeira mulher registrada a fazer uma Invernagem (ato de passar um inverno inteiro, normalmente quando o barco fica preso no gelo) no Ártico, que durou oito meses. 

A desafiadora Passagem Noroeste

A Passagem Noroeste é procurada desde o século XVI e historicamente é desafiadora. Conhecida por uma grande quantidade de gelo que se estende da Groenlândia até o estado norte-americano do Alasca. 

Dentre as viagens mais famosas, está o misterioso desaparecimento do barco de Sir. John Franklin em 1847, e seus 128 marinheiros. Graças a essa expedição, diversos mapas foram criados para ajudar outros navegadores a completarem a viagem. 

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O primeiro deles, o norueguês Roald Amundsen, que completou a rota em agosto de 1905. Passados 120 anos, Tamara decidiu sair do porto de Aasiaat, Groenlândia, em direção ao Alasca. 

A Passagem Noroeste mudou muito ao longo do tempo. Já foi possível fazer essa travessia caminhando pelo mar congelado. Depois, somente grandes barcos com quebra-gelo puderam se aventurar por essa rota. 

“Com o aquecimento global e a redução do gelo marinho, consegui fazer essa jornada com um pequeno veleiro. Um exemplo real dessa grande mudança no planeta”, afirmou Tamara.

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Cada dia no mar é único 

A navegadora dormiu em alguns trechos do caminho em ciclos de apenas 20 minutos. Sem água corrente ou chuveiro, as dificuldades e a solicitude fortaleceram Tamara para que ela pudesse enfrentar as correntes marítimas fortes, os degelos de icebergs e as tempestades perigosas. 

“Continuar viva era mais difícil do que morrer, pois se eu ficasse sem casaco, eu congelava, se eu caísse na água, eu congelava… E mesmo assim eu me sentia muito feliz de estar lá, muito grata por tudo, por cada copo de água”, relatou Tamara.

As previsões climáticas são muito importantes. Mas durante a Passagem Noroeste, ela não funcionava de forma tão fácil e acabava sendo dada com um dia de antecedência. Isso obrigou Tamara a ser ágil no momento de buscar abrigo ao saber de uma tempestade.

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Além disso, a navegadora pôde comparar as próprias observações com as de Roald Amundsen e perceber a diferença na paisagem. A drástica redução de gelo ressaltou a importância que esses relatos transmitem.

“Locais que ele dizia que eram completamente congelados, nevados por todos os lados, difíceis de passar, eu navegava tranquilamente, pois hoje já não há mais todo esse gelo, e sim, mar”.

No dia 05 de agosto de 2025, Tamara completou um dos trechos exatamente no mesmo dia que Amundsen e acrescentou emocionada “cada dia no mar é único”. 

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Mudanças climáticas diante dos olhos 

A jornada não seria possível há algumas décadas. As condições climáticas e ambientais da Terra estão mudando aceleradamente e o Ártico é um dos pontos mais nítidos dessa transformação. 

A navegadora afirmou que somente 9% de sua rota tinha gelo marinho. Ao contrário de 30 anos atrás, quando eram necessários quebra-gelos. 

“Eu consegui navegar em regiões que não seriam possíveis ir com meu barco, via a cada minuto diferenças na paisagem em fotos de uns dois ou três anos atrás, com bem menos regiões congeladas, um tempo muito pequeno para tanta mudança”, revelou.

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Além da diferença percebida a olho nu e por fotos de satélites, Tamara viu os ursos polares cada vez mais perto dos humanos. O que significa que esses animais estão sem o seu habitat de gelo.     

Tamara explica que quando os ursos polares perdem o espaço no gelo, ficam sem alimento e precisam buscar longe de casa. 

Relação com o tempo

Outro impacto visível é o aumento de água doce fria no oceano que altera a salinidade do mar e as correntes marítimas. O que provoca tempestades ainda mais intensas e frequentes. 

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“Alguns dos momentos mais desafiadores que passei durante a travessia foram justamente por conta de fortes tempestades e correntes marítimas. Que foram muito mais intensas do que o previsto, fazendo com que eu tivesse que procurar abrigo mais vezes do que esperava”, revelou Tamara.

Por outro lado, os longos períodos da navegadora sozinha alteraram a relação dela com o tempo. Ela afirma que mesmo em uma situação extrema, sentia que estava ganhando mais tempo de vida. 

“Um dos maiores desafios que a gente pode ter na escala do indivíduo é recuperar o controle do nosso tempo”.

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**Texto com informações do portal NatGeo

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